Greenpeace critica Bush por não ouvir advertências sobre efeitos da mudança climática
2005-09-05
A organização ecológica Greenpeace criticou duramente
o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, neste
final de semana, por subordinar sua gestão aos
interesses das empresas de petróleo e não dar ouvidos
às advertências sobre os efeitos da mudança climática
no planeta. — A negativa da administração Bush,
subordinada à indústria petroleira, de reconhecer a
mudança climática e seus possíveis impactos, levou a
que não se tomassem medidas preventivas em zonas
altamente vulneráveis, como Nova Orleans-, assinalou o
diretor da Greenpeace no México, Alejandro
Calvillo.
— Bush negou-se a firmar o Protocolo de Kyoto e a
reconhecer os impactos da mudança climática. Isto o
levou a negar-se a adotar medidas para mitigar os
impactos ocasionados por este tipo de evento
climático. Hoje as conseqüências desta política estão
aqui acrescentou o ativista em um comunicado.
— Paradoxalmente, a indústria petroleira também é
vítima desta política, já que 95% do petróleo e 98% do
gás produzido na plataforma continental obtém-se na
zona do Golfo do México, onde, além disto, há um
grande número de refinarias-, assinalou o
Greenpeace. — Hoje, tudo isto também se encontra
paralisado devido aos impactos do furacão Katrina-,
acrescentou Calvillo na nota.
A ONG sustenta que os Estados de Louisiana, Missisipi,
Texas e Flórida são os mais vulneráveis aos furacões
nos Estados Unidos. O comunicado citou, além disto, o
informe de 2001 Confrontando a Mudança Climática na
Região do Golfo, onde duas organizações advertiam
sobre a vulnerabilidade da costa meridional dos
Estados Unidos diante desses fenômenos meteorológicos.
Os autores do estudo foram a Sociedade Ecológica da
América (ESA) e o Sindicato dos Cientistas Preocupados
(UCS).
Essas organizações advertiram, na época, que as costas
do Sul dos Estados Unidos eram vulneráveis a um
eventual aumento da potência dos furacões devido ao
aquecimento da superfície do mar tropical e
extratropical. O Greenpeace destacou, além disto, que
o governo Bush tomou a decisão de reduzir valores
destinados à infra-estrutura de proteção de Nova
Orleans, destinados a obras como diques e outros tipos
de barreiras.
— Trata-se de uma região com população
majoritariamento democrata, pobre e negra-, conclui o
comunicado. O Greenpeace recordou que, até o momento,
o furacão mais devastador na zona sul dos Estados
Unidos foi Andrew, em 1992, que deixou danos
calculados em US$ 27 bilhões, apesar de antecipar que
os danos causados pelo Katrina poderiam ser maiores de
US$ 50 bilhões. (Fonte: El mundo, 4/9)