Símios podem se extinguir em uma geração humana, alerta ONU
2005-09-05
As cinco espécies de grandes símios – dos orangotangos, dos gorilas e dos bonobos – podem extinguir-se no prazo da próxima geração humana – uns 25 anos –, segundo o Programa de Conservação das Nações Unidas. Conforme Gustavo Catalán, a expansão urbanística, a exploração mineira e florestal e as enfermidades podem provocar a perda da metade do habitat dos orangotangos ma Indonésia já nos próximos cinco anos.
Essas e outras alarmantes conclusões aparecem no Altas Mundial dos Grandes Símios, a maior publicação ocnjunta dos grupos de conservacionistas e investigadores do Programa Mundial do Meio Ambiente da ONU. O objetivo do atlas será verificado nos próximos dias, durante a Primeira Sessão do Conselho para a Sobrevivência dos Grandes Símios, que será aberta hoje (5/9) em Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo, estendendo-se até 9 de setembro.
O relatório traz pormenores da situação de cada espécie e chega à conclusão de que todas elas estão em perigo ou criticamente em perigo, segundo a co-autora do estudo, Lera Miles. O informe assegura que essas espécies reduziram o número de suas populações em 80% durante três gerações. Embora restem populações residuais com 20% restantes, poderiam ser inviáveis para a sua conservação.
A espécie que está em uma das situações mais críticas é a do orangotango da Indonésia. Calcula-se que restam uns 7,3 mil exemplares nos bosques de Aceh, ao norte de Sumatra. As projeções são que, em 50 anos, poderiam restar somente 250 orangotangos, e essa cifra torna inviável a sobrevivência da espécie. Para o orangotango de Bornéu, a situação é melhor, pois existem 45 mil exemplares em liberdade. Mas sabe-se que, nas últimas cinco décadas, desapareceram quase meio milhão deles.
Quanto aos gorilas da montanha que vivem entre os países de Ruanda, Burundi e República Democrática do Congo, eles estão criticamente ameaçados. Restam 700 exemplares. A chegada do turismo e de investimentos poderão permitir um futuro um pouco diferente para esses gigantes. Algo que não acontece com os gorilas de Llanura, dos quais restam tão-somente 250. (El Mundo, 4/9)