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2005-09-02
Para o pesquisador Carlos Nobre, a análise cuidadosa dos elementos que levaram à redução das estimativas pode trazer outra boa notícia: ser for confirmado que as ações de controle e repressão formam o fator principal, haverá uma mudança de paradigma na Amazônia pois ficará demonstrado que o poder do Estado é muito maior do que o próprio Estado acreditava.

Em entrevista concedida por telefone, Nobre apontou os fatores principais que levaram à queda do desmatamento. Embora considere subjetivamente como mais provável a tese de que a ação governamental tenha sido a grande responsável pela queda, fez questão de afirmar que cientificamente não é possível dizer neste momento qual o fator principal. Atualmente, Carlos Afonso Nobre é presidente do Grupo de Assessoria Internacional (IAG) do PPG7, coordenador científico do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). Foi responsável pela implantação e coordenação do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-Inpe) durante o período 1991-2003. Graduou-se em engenharia eletrônica no Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) e concluiu seu doutorado em metereologia no Massachussets Institute of Technology (MIT) em 1983.

Leia abaixo a íntegra da entrevista concedida à reportagem do Amazonia.org.br.

Como se explica a redução nas estimativas do desmatamento?
Primeiramente, uma convergência de ações aplicou uma dose de anestésico nas estruturas ilegais do desmatamento: a atuação mais ativa do Ministério do Meio Ambiente em exigir o cumprimento da legislação ambiental; a morte de Dorothy Stang que levou a uma presença do Estado em regiões de desmatamento e grilagem - inclusive com a participação do Exército; a Operação Curupira, que foi uma ação de grande envergadura que reprimiu as quadrilhas que fraudavam ATPFs (Autorização para Transporte de Produtos Florestais) e a paralisação das atividades em grande parte do entorno da BR-163.
A conjuntura econômica também exerceu influência?
Sim, neste ano de 2005 em particular, a queda do preço da soja e o real sobrevalorizado fizeram com que o rendimento do agronegócio da soja diminuísse muito. Este quadro, de preços deprimidos e moeda mais forte, teve como conseqüência um apetite menor da sojicultura, diminuindo assim o ritmo de expansão de áreas plantadas e a abertura de novos pastos para pecuária e o desmatamento de áreas florestais.
Qual elemento teve maior relevância na queda do desmatamento: o fator econômico ou as ações de controle e fiscalização realizadas pelo governo?
Cientificamente, não acho que seja possível dizer neste momento qual é o principal. Não há estudo que possa apoiar uma quantificação dos pesos entre estes dois elementos principais. Portanto seria prematuro colocar peso e apontar qual é o determinante e qualquer avaliação neste momento é muito subjetiva. Nestes termos, ou seja, subjetivamente, estimo que o fator da paralisia pela repressão governamental foi mais importante. Se isto for confirmado, ficará demonstrado que o poder do Estado é muito maior que o próprio Estado acreditava. Mudará o paradigma da efetividade no cumprimento da lei na Amazônia.
Quais medidas o Governo deve adotar, continuar ou aprofundar para manter esta tendência de queda no desmatamento?
Acredito que o Governo deve manter uma mão muito forte nos próximos dez anos, sustentando um controle rígido, adotando tolerância zero com as atividades ilegais até conseguir desenvolver alternativas sustentáveis. E é preciso dar chance para esta produção sustentável adquirir escala, e para isso é necessário suporte por um período longo, no mínimo dez anos. (Eco Agência, 31/08)

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