Petrobras e Ibama não se entendem e campo de Jubarte funciona sem licença
2005-09-02
Desentendimentos com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) levaram a Petrobras a ir a Justiça pedir uma liminar que garanta o funcionamento do campo de Jubarte, na Bacia de Campos. A licença ambiental do projeto venceu na quarta-feira e a estatal teria que suspender as operações no campo, que produz 20 mil barris de petróleo por dia.
O campo de Jubarte está operando em caráter provisório, por meio do navio-plataforma Seillean, até que a unidade definitiva, chamada de P-34, esteja pronta. A Petrobras informou que a licença venceu, mas não houve acordo com o Ibama para sua renovação, já que o instituto quer cobrar uma taxa de compensação ambiental equivalente a 0,5% do valor do investimento. A estatal não concorda com o pagamento da taxa, por se tratar de um projeto temporário.
O Seillean vai deixar Jubarte no final do ano com destino a Golfinho, campo de petróleo leve na Bacia do Espírito Santo e será substituído pela P-34, que tem capacidade para 60 mil barris de petróleo por dia. O planejamento estratégico da estatal prevê a construção de mais uma plataforma o campo, já batizada de P-57, para iniciar a produção em 2010. Apesar de grande, o projeto não é prioritário devido à qualidade do óleo encontrado, um dos mais pesados do País.
Jubarte faz parte de uma província petrolífera batizada de Parque das Baleias, descoberta pela estatal entre o final de 2002 e meados de 2003. Além dele, a província abriga os campos de Cachalote, Baleia Franca, Baleia Bicuda e Baleia Anã. Ao todo, a região tem reservas estimadas em cerca de 2,5 bilhões de barris de petróleo. (O Estado de S. Paulo, 02/09)