Produção de mamona será intensificada na Bahia
2005-09-02
Além de ser o maior produtor nacional de mamona com uma safra em torno de 170 mil toneladas ao ano - cerca de 90% da produção nacional -, o estado da Bahia também se prepara para liderar a fabricação de biodiesel - combustível limpo que deve ser obrigatoriamente adicionado na proporção de 2% à mistura do diesel mineral a partir deste ano.
A plantação em larga escala dessa oleaginosa para atender a fabricação do diesel vegetal, nas regiões de Irecê e Piemonte da Chapada, está prevista para ocorrer dentro de um ano, a partir da criação do Arranjo Produtivo Local da Mamona (APL) pela Secretaria estadual da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
A fabricação de biodiesel, segundo informou o coordenador do Programa de Biodiesel do Estado (Probiodiesel Bahia), Roberto Fortuna, visa fortalecer e interligar todos os elos da cadeia produtiva, do produtor agrícola ao revendedor do combustível nos postos de gasolina. Roberto Fortuna antecipa que a prioridade será dada à absorção de mão-de-obra do agricultor familiar.
Alguns estudos realizados, cita Fortuna, sinalizam que a produção da mamona consorciada com o feijão Caupi pode gerar uma renda líquida familiar, adicional, em torno de R$300, por hectare.
— Esse projeto de Irecê é para gerar aprendizado. Ele é um projeto piloto e servirá de espelho para ser lançado em outras áreas -, afirmou o coordenador do Probiodiesel Bahia. A Fundação Visconde de Cairu (FVC), em parceria com a Secti, é responsável pela elaboração do projeto da APL da mamona. Ainda em fase de fechamanto da planilha de custos, o projeto já conta com o apoio do Ministério da Integração, Codevasf, Secomp e prefeituras locais.
Quando entrar em vigor a lei federal que dispõe sobre a obrigatoriedade de adição do biodiesel ao diesel mineral, o estado da Bahia terá uma demanda de cerca de 42 milhões de litros de biodiesel ao ano, sendo que no país o B2 vai gerar uma demanda anual superior a 800 milhões de litros de biodiesel.
Atualmente, o estado da Bahia possui indústrias de esmagamento e produção de óleo, mas não possui usinas. O governo do estado está prospectando a instalação de cinco empresas de médio e grande porte. (Correio da Bahia, 02/09)