Fatma flagra depósito clandestino de madeira de árvores em extinção
2005-09-02
Fiscais da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) e policiais da Polícia Ambiental flagraram na tarde de quarta-feira um depósito clandestino com 640 m3 de toras de árvores em extinção em Major Vieira, no Planalto Norte. Segundo o coordenador regional da Fatma, Régines Roeder, centenas de toras de imbuia, uma espécie em extinção e protegida pela legislação ambiental, foram encontradas em área pertencente a empresa Agroflorestal Novo Horizonte de Timbó Grande.
A área tem plantio de pinus da empresa e as toras estavam em local de difícil acesso, no limite entre Major Vieira e Timbó Grande. No local, os fiscais encontraram toras gigantes com mais de quatro metros de circunferência.
— Nunca vi nada igual -, disse o coordenador. Roeder disse que a madeira parece ter sido cortada há muito tempo e deixada no local. A madeira foi apreendida e a empresa multada em R$ 192 mil por manter em depósito madeiras cortadas ilegalmente. Segundo a Fatma, o caso será encaminhado ao Ministério Público, que poderá destinar a madeira para construção de casas populares. A reportagem tentou ouvir o gerente da empresa Dorneles Barankievc, porém segundo o recepcionista, ele estaria viajando.
Ontem, os fiscais da Fatma também embargaram os aterros sanitários de Itaiópolis e Santa Cecília, por estarem em desacordo com a legislação ambiental. Segundo o coordenador Régines Roeder, as prefeituras das duas cidades foram multadas em R$ 450 mil e R$ 360 mil, respectivamente.
Outra denúncia de crime ambiental acusa empresários de cidades do Vale do Itajaí, principalmente Blumenau e Brusque, que possuem propriedades na zona rural de Itajaí, estão sendo flagrados desmatando e vendendo madeira nativa nos municípios do Litoral Norte.
Desmatamento e venda em Itajaí
Os últimos dois casos de crime ambiental foram registrados por fiscais da Fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai), na terça-feira. Um dos locais foi o sítio Nostra Casa, no bairro de Brilhante, de propriedade de empresário de Blumenau. O mesmo aconteceu na localidade de Canudos, em sítio que pertence a um empresário brusquense. Os proprietários foram autuados e, se condenados, terão que pagar multas a partir de R$ 10 mil.
De acordo com o coordenador especial da Famai, Luiz Fernando Inácio, as árvores nativas são utilizadas também como combustível em empresas destas cidades.
— A retirada ou o roubo da madeira são realizados por pessoas que utilizam veículos apropriados, em locais de difícil acesso -, ressalta Inácio. No último domingo, os fiscais interditaram área no bairro rural de Brilhante. O proprietário pretendia construir piscina e explorar o espaço. (A Notícia, 02/09)