Ambientalista defende discussão com a sociedade sobre o que é manejo florestal
2005-09-02
O coordenador de Políticas Florestais da organização ambientalista WWF-Brasil, Mauro Armelin, afirmou que a Amazônia não será internacionalizada. Isso é paranóia. Não corremos esse risco. A declaração foi feita nos estúdios da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, durante o programa Diálogo Brasil, que discutiu, no dia 31, as causas e as conseqüências do desmatamento.
Ele defende que se deve pensar no manejo florestal como uma atividade economicamente ativa para os proprietários de terras e promover uma discussão com a sociedade para saber o que se entende por desmatamento:
— Nós temos que entender a floresta e entender o que a floresta pode oferecer, em conjunto com a sociedade.
Manejo florestal é um conjunto de técnicas empregadas para colher cuidadosamente parte das árvores grandes, de tal maneira que as menores, a serem colhidas futuramente, sejam protegidas. Com a adoção do manejo a produção de madeira, por exemplo, pode ser contínua ao longo dos anos.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou, nos estúdios da TV Nacional, em Brasília, que o desmatamento é um problema grave e inaceitável e deve ser tratado como programa de governo. Ela destacou que o projeto do governo para combater o desmatamento tem três frentes: plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, plano de combate ao desmatamento e plano de desenvolvimento sustentável da BR-163 (Cuiabá-Santarém).
Segundo Marina Silva, as ações integradas no âmbito do desmatamento contribuíram para a queda do percentual de desmatamento anual.
— Durante muitos anos se pensou no desenvolvimento na amazônia e não no desenvolvimento da amazônia.
A ministra lembrou que a Mata Atlântica não é a maior área desmatada do país. — As florestas de araucária estão correndo maior risco que a Mata Atlântica – diz ela. A ministra ressaltou que já existem 8 milhões de hectares de unidades de conservação, mas ainda há muitos assentamentos irregulares ambientalmente inadequados.
Em São Paulo, nos estúdios da TV Cultura, o professor de arquitetura da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Planejamento Ambiental, José Pedro de Oliveira Costa afirmou que a situação da Amazônia é muito grave. Para ele, as estradas construídas na região dividiram a floresta em segmentos. Ele criticou o fato de o governo não ter um plano específico de preservação e sugeriu à ministra a criação de mais áreas protegidas.
— Além de aprovação, é possível se criar um grande número de áreas protegidas -, disse. (Radiobras, 01/09)