Projetos de gestão ambiental são apresentados no Caminhos da Integração
2005-09-02
A importância da manutenção da biodiversidade, o uso da terra, o monitoramento ambiental e o uso de uma cisterna são alguns dos aspectos relacionados à gestão ambiental que estão sendo mostrados pela Emater/RS-Ascar, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com outras entidades, no Caminhos da Integração, na 28ª Expointer.
O coordenador estadual na área de gestão e plantas bioativas da Emater/RS-Ascar, Gervásio Paulus, explica que entre as propostas que estão sendo apresentadas no espaço, localizado na quadra 37, estão diferentes proposições de uso da terra, de acordo com a declividade do terreno. Para ilustrar, está sendo mostrado um reflorestamento com fins energéticos e econômicos (com acácia negra, eucalipto e palmito), um pomar comercial, uma nascente protegida, pastagem com sistema de pastoreio rotativo (em piquetes), uma composteira, com três níveis de decomposição para aproveitamento do material orgânico das propriedades, e uma lavoura com plantas de cobertura de solo (aveia). Também estão sendo mostrados dois sistemas de manejo do solo (convencional e de plantio direto), nos quais está sendo simulada chuva, com o uso de mangueiras e feita a coleta de água. O objetivo é comparar a perda de solo e água nos dois sistemas. - O convencional perde muito mais água e solo -, destaca Paulus.
Uma estação hidrosedimentométrica, usada no monitoramento de microbacias hidrográficas, também está instalada no local. O equipamento é utilizado pela UFRGS, Fepagro, Emater/RS-Ascar e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no trabalho de monitoramento do impacto da promoção de práticas conservacionistas e de manejo do solo e do ambiente, adotadas pelos agricultores familiares e financiadas pelo programa RS Rural nas microbacias hidrográficas de Arvorezinha, Cristal, Agudo e Maximiliano de Almeida. As principais variáveis monitoradas são água, solo, avaliação socioeconômica, fauna e flora. Entre os resultados apresentados estão a redução na concentração de coliformes fecais em fontes de abastecimento doméstico depois da proteção física.
Cisterna
Dentro da proposta de gestão ambiental, também está sendo apresentada pelo Instituto de Permacultura e Ecovilas do Pampa (Ipep), de Bagé, uma cisterna para captação de água pluvial. O biólogo do Ipep, Ronaldo Rodrigues, explica que o sistema consiste na captação da água através dos telhados, de forma que a primeira água da chuva, que é suja, seja eliminada, e o restante armazenado, garantindo, dessa forma, a reserva de água nos períodos de seca. A tecnologia adotada na construção da caixa da água é a ferro-cimento, que utiliza cimento, areia e uma armação de ferro. - É uma tecnologia barata, acessível, saudável, sustentável e econômica -, salienta Rodrigues. O custo para construção de uma caixa de dez mil litros é de R$ 2 mil. Segundo o biológo, a água não recebe tratamento químico e pode ser utilizada até no consumo humano, após fervura.
Paiol da Biodiversidade
Diversas espécies animais e vegetais, características de diferentes regiões do estado, também estão sendo apresentadas no paiol da biodiversidade, junto à gestão ambiental. - Estamos promovendo uma reflexão sobre a riqueza e a perda da biodiversidade no RS. Quando a gente interfere na vegetação, interfere na vida das outras espécies e na qualidade e quantidade de água disponível -, diz a técnica da gerência de operações da Emater/RS-Ascar, Ana Valls. - A devastação ambiental é um dos fatores responsáveis pela seca-,
acrescenta. Para Ana, é preciso que as pessoas passem a ver as questões ambientais como parte importante da sua vida. (Eco Agência, 01/09)