Parte de Miami está sem luz desde a passagem do Katrina, há seis dias
2005-09-02
Cerca de 100 mil casas e lojas da região metropolitana de Miami seguem sem energia elétrica nesta quarta-feira, seis dias depois da passagem do furacão Katrina pelo sul do estado americano da Flórida, que causou a morte de pelo menos 11 pessoas.
A Flórida Power and Light (FPL), companhia que fornece energia elétrica no estado, assegurou hoje que o serviço estará totalmente restabelecido na próxima sexta.
Ao mesmo tempo, a FPL pediu a seus clientes que não gastem energia elétrica em excesso, já prevendo uma escassez de combustível por causa dos danos causados pelo Katrina às usinas petrolíferas do Golfo do México.
Mais de 40% das usinas da FPL dependem do gás natural produzido no golfo, e 90% da produção foi interrompida.
–Como medida de precaução, estamos pedindo a nossos clientes que usem a eletricidade inteligentemente, disse Armando Olivera, presidente da FPL. A escassez do petróleo do golfo, que alimenta em grande parte as necessidades da Flórida, causou também uma alta constante nos preços da gasolina, que hoje chegaram a uma média de US$ 3 por galão (3,78 litros) no Estado.
Toni Jennings, vice-governadora da Flórida, pediu hoje aos habitantes do estado que não façam viagens desnecessárias, mas esclareceu que as reservas petrolíferas do estado estão intactas.
Apesar das dificuldades --11 mortos, milhares de danificados e perdas que chegam a aproximadamente US$ 2,550 de acordo com cálculos provisórios de seguradoras e agricultores--, a Flórida manifestou sua solidariedade com os outros estados do sul dos EUA afetados ainda mais pelo Katrina.
Na segunda-feira (29/8), o Katrina passou pelos estados de Louisiana, Mississippi e Alabama com ventos de mais de 240 km/h, causando a morte de pelo menos outras 129 pessoas nesses estados, dezenas de milhares de danificados e um cálculo provisório de US$ 25 bilhões em perdas.
O governador da Flórida, Jeb Bush, irmão mais novo do presidente dos EUA, decretou ontem (1º/9) um acordo de assistência entre Flórida, Mississippi e outros 46 Estados. De fato, cerca de 200 especialistas em resgates da Flórida já estão no sul do Mississippi trabalhando nas tarefas junto a outros 400 policiais e guardas, informou à EFE Mike Stone, porta-voz do escritório de emergência do governo.
Stone disse ainda que um contingente de outros 600 homens será enviado às zonas inundadas da Louisiana e do Alabama. O governador Bush lembrou aos habitantes da Flórida a solidariedade recebida de outros estados no ano passado, quando quatro devastadores furacões assolaram o estado em pouco mais de um mês. À época, 35 Estados --alguns muito distantes, como o Alasca--, enviaram cerca de 750 pessoas para ajudar nos trabalhos de reconstrução.
Além disso, o governo e autoridades locais do estado pediram aos habitantes da Flórida que façam doações em dinheiro para os danificados através de organizações como a Cruz Vermelha e o Exército da Salvação.
Jeb Bush assegurou que a reconstrução nos estados afetados pelo Katrina, que hoje se dissipou sobre Ohio, é um trabalho conjunto e de todos os americanos.
De acordo com meteorologistas do Centro Nacional de Furacões (CNH), com sede em Miami, o Katrina perdeu sua força devastadora e registrara na manhã de ontem (1º/9) ventos de apenas 32 quilômetros por hora. Apesar da queda em sua força, o CNH pediu que todos fiquem atentos com relação aos ventos, chuvas e tornados ainda associados ao Katrina.
Segundo o CNH, o Katrina ainda é perigoso em estados como Indiana, Ohio, Nova York, Vermont, Massachusetts, Connecticut, New Hampshire e Maine, assim como para áreas de Nova York e Pensilvânia. (FSP, 1º/9)