A contribuição do setor florestal para o desenvolvimento socio-econômico: uma aplicação de modelos de equilibrio multissetoriais
2005-09-01
Resumo: O objetivo geral deste trabalho foi avaliar a participação dos vários setores da economia brasileira, com ênfase no setor florestal, nos indicadores econômicos, Produto Interno Bruto (PIB), emprego, impostos, salários e balança comercial. Os objetivos específicos foram: a) determinar os impactos dos choques nas demandas dos consumidores finais do setor florestal na produção, nos impostos, no emprego, nos salários e nas importações; e b) avaliar as relações de cada um dos setores analisados com os setores fornecedores de matérias-primas e consumidores de produtos finais, por meio dos índices de ligações para frente (forward linkage) e para trás (backward linkage), visando definir os setores-chave da economia. Para a execução deste trabalho, foram empregados os modelos de equilíbrio econômico geral multissetoriais através das análises das Matrizes de Insumo-Produto (MIP) e de Contabilidade Social (MCS). A MIP foi usada para as análises sobre os multiplicadores de impactos e a MCS para descrever a estrutura produtiva e social da economia, e para calcular seus multiplicadores de efeitos.
As principais fontes dos dados foram as Tabelas de Insumo-Produto (TIP) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informações do Banco Central (BACEN), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Secretaria da Receita Federal (SRF) e alguns valores de forma residual como a poupança das instituições e as transferências dos fatores de produção para as firmas e famílias. O ano base foi 1995. Os resultados indicaram que o setor florestal brasileiro contribuiu significativamente para o desenvolvimento sócio-econômico brasileiro em 1995 e, com exceção do recolhimento de impostos, apresentou grande potencial para induzir o crescimento da economia, por meio de seus efeitos multiplicadores, com aumentos na produção, na geração de emprego, na remuneração dos salários e capital, nas exportações e na redução nas importações, melhorando o saldo da balança comercial. Dessa forma, este trabalho, também confirma o quanto o setor florestal é um setor-chave para a economia brasileira, dada a grande relação com os seus fornecedores de matérias-primas e consumidores de seus produtos finais. A performance do setor florestal foi superior a de outros setores, como, por exemplo, o setor da indústria automobilística (Veículos), de equipamentos elétricos e eletrônicos (Eletroeletrônica), de máquinas e equipamentos (Maquinários), e de produtos químicos e petróleo (Petroquímico). O único setor que, na média, supera as vantagens apresentadas pelo setor florestal é o da agroindústria (Alimentícios).
instituição: Universidade Federal de Viçosa (MG).
autor: Sebastião Renato Valverde.
contato: Programa de Pós- Graduação em Ciências Florestais.