Ecologistas farão a última expedição pelo Pelotas
2005-09-01
Se for mantido o volume de chuva registrado nesta semana, em menos de um mês o Pelotas deixará de ser rio para se transformar em uma lagoa de 6 mil hectares, na divisa do Estado com Santa Catarina. O lago será formado a partir do leito do antigo rio, no trecho que cruza Vacaria, Bom Jesus, Esmeralda e Pinhal da Serra, além de outras cinco cidades localizadas na margem catarinense do Pelotas.
Para protestar contra a morte de um trecho de aproximadamente cem quilômetros do rio - decorrente do represamento do rio pela Usina de Barra Grande - um grupo de ambientalistas gaúchos, catarinenses e paulistas visitará a área alagada. A descida do rio começa domingo. A primeira usina deverá ser acionada no dia 31 de outubro. Com o alagamento desaparecerão 6 mil hectares de floresta.
O último grupo de ambientalistas que visitou a área, quando ela começou a ser alagada, em julho, teve um final trágico. O piloto de um helicóptero e três biólogos morreram na queda da aeronave próximo ao lago. Desta vez, um grupo visitará a área em canoas a remo, com o uso de equipamentos de segurança e de navegação. - Nossa idéia é fazer um registro histórico, escrito e fotográfico, da paisagem que desaparecerá - conta o biólogo paulista Antonio Carlos Osse, organizador da expedição. (ZH, 01/09)