A autorização para que os produtores usem sementes de soja geneticamente modificadas não certificada no plantio da safra 2005/06, anunciada ontem pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, tira um peso das costas do produtor, que já estava angustiado, revelou o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro. De acordo com ele, mais de 100 mil famílias serão beneficiadas, pois só 10% das disponíveis são certificadas. Além de resolver os problemas de escassez de sementes e do acesso a financiamento, a decisão garante ao produtor um período de tolerância. Ao longo de um ano, diz, as sementes serão melhoradas.

A preocupação, agora, passa a ser outra. - Em 2006, o produtor terá de pagar dois financiamentos -, ressalta, referindo-se à prorrogação do pagamento da safra passada e o da próxima. A medida tem por base o parágrafo único do artigo 36 da Lei de Biossegurança, que permite ao governo prorrogar o uso de semente própria não certificada. O anúncio não surpreendeu o presidente da Farsul, Carlos Sperotto. - Estamos satisfeitos, pois 90% das sementes não são certificadas. Agora a safra está encaminhada. Para o secretário da Agricultura, Odacir Klein, foi vencido o último percalço para a safra de soja. (CP, 01/09)