Produtores paulistas cultivam morango orgânico para exportação
2005-09-01
Os municípios de Piedade e Itapeva, na região de Sorocaba (SP), estão empenhados em produzir morangos livres de agroquímicos para atender às exigências do mercado internacional. Uma das principais produtoras da fruta no Estado, Piedade foi pioneira em exportação do morango inteiro, congelado. No ano passado, mandou um contêiner com 20 toneladas para o Japão. A meta, este ano, é ampliar o volume. Para isso, os agricultores se uniram em uma associação e, há pelo menos cinco anos, adotam técnicas de cultivo diferenciadas.
Segundo o agrônomo Alberto Massao Shimoda, da Diretoria Municipal de Agricultura, os importadores enviaram técnicos japoneses para acompanhar o plantio.
— Eles determinaram as variedades, o manejo e os produtos que podem ser usados na lavoura.
Os morangos são cultivados sobre solo protegido com mantas plásticas, colhidos no ponto certo de maturação, levados para a seleção dentro da propriedade e a colheita e o descarte são manuais.
No processo, o pedúnculo é retirado e os frutos com defeito ou fora de padrão são descartados. Em seguida, os morangos são levados para uma central de processamento e passam por um processo de lavagem. Depois vão para as câmeras de resfriamento e, na seqüência, de congelamento.
A associação tem 35 produtores, todos capacitados para produzir morango do tipo exportação. Ao todo, no município, são 85 produtores da fruta. Este ano, eles estão cultivando cerca de 200 hectares. A produção esperada é de 40 toneladas (10 mil caixas) por hectare, ou 4 mil toneladas no total.
Primeira experiência
Na região de Itapeva, o cultivo de morango ainda é recente. Os produtores são ligados a associações de agricultura orgânica e não usam nenhum tipo de insumo químico.
Este ano, os produtores vão fazer sua primeira exportação, mandando 13 mil quilos de polpa para a República Dominicana. O produtor Paulo Lúcio Martins, presidente da Federação de Agricultura Orgânica do Sudoeste Paulista, contribuirá com 1.500 quilos para o primeiro embarque. O contêiner deve deixar o Porto de Santos no fim deste mês. Martins tem um cultivo pequeno, cerca de 8 mil pés, mas pretende expandir.
Ele tem conseguido duas safras de uma mesma planta, o que atribui à qualidade do solo, tratado com adubação verde e matéria orgânica. O rendimento deve passar de 480 gramas de frutos por pé. (O Estado de S. Paulo, 31/08)