Ministério Público (SC) realiza seminário para debater antenas de telefonia celular
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radiação eletromagnética
2005-08-31
Nesta sexta-feira (2/9), a partir das 9h, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) realizará encontro para discutir a instalação de antenas de telefonia celular e os riscos que as radiações eletromagnéticas emitidas pelos equipamentos podem causar à população. O Seminário sobre Estações Rádio-Base ocorrerá no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, em Florianópolis (Rua Bocaiúva, 1.750 - 1º andar - Centro), com a finalidade de identificar parcerias e prioridades e definir estratégias comuns para buscar maior eficácia na atuação em defesa da saúde da comunidade e do meio ambiente.
O seminário é organizado pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CME) do MPSC, com o apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF) e da Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP).
A primeira parte do encontro, em que serão ministradas três palestras (duas pela manhã e uma à tarde) e realizados debates sobre temas relacionados à questão, será aberta à comunidade jurídica em geral.
Na segunda parte, restrita a membros do MPSC, serão formados grupos de trabalho para avaliar a atuação da Instituição na proteção da sociedade, em razão do crescente número de estações rádio-base (ERBs) que vêm sendo instaladas nos perímetros urbanos.
Desde o ano passado, com apoio do CME, os Promotores de Justiça que atuam na área do meio ambiente em todo o Estado estão expedindo recomendações aos Prefeitos Municipais para que sejam observadas as disposições contidas na Lei Estadual nº 12.684/2004 para concessão de licenciamento de instalação das antenas.
O documento alerta, também, para a necessidade de elaboração de leis municipais fixando critérios para licenciamento das ERBs e, nos Municípios que já possuem legislação específica, de exigir o cumprimento das normas legais mais restritivas e, ainda, o licenciamento corretivo das antenas instaladas irregularmente, fixando prazo, por exemplo, para retirada dos equipamentos que se encontram em locais inadequados, conforme estabelecido na legislação estadual.
Conforme o Coordenador-Geral do CME, Procurador de Justiça Jacson Corrêa, a finalidade do seminário é reunir informações técnicas e jurídicas sobre as possíveis e graves conseqüências advindas da exposição humana aos campos eletromagnéticos.
A Promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre (RS), Ana Maria Moreira Marchesan, uma das palestrantes do encontro, adverte que a telefonia móvel, apesar do conforto e avanço que proporciona, oferece perigo à saúde e ao meio ambiente, devendo ser analisada e regrada à luz da teoria do risco.
O Coordenador do CME, Promotor de Justiça Luciano Trierweiller Naschenweng, diz que existe uma crescente preocupação dos membros do MPSC em relação à questão, especialmente diante da possibilidade de mudanças que tornem a legislação estadual de regência menos restritiva. Segundo ele, uma alteração nesse sentido poderia aumentar consideravelmente os riscos enfrentados pela população. (MPSC, 30/08)