Inpe alerta para ciclone extratropical que pode chegar ao Sul até sexta-feira
2005-08-31
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alertou ontem para a formação de um ciclone extratropical na Região Sul do país, entre a noite de amanhã e sexta-feira. O ciclone deve atingir principalmente o Rio Grande do Sul e pode ser acompanhado por rajadas de ventos de mais de 100 km/h.
Pesquisadores do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), em Cachoeira Paulista, monitoram a formação do ciclone e darão mais detalhes sobre o fenômeno hoje. No comunicado, o CPTec informa que ontem havia previsão de ocorrência de temporais no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sudoeste do Paraná.
Segundo o boletim, em várias localidades as chuvas estarão acompanhadas de rajadas de até 100 km/h e granizo. O comunicado do CPTec informa ainda que o fenômeno estará associado a uma frente fria intensa que provocará forte declínio de temperatura nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo (oeste), Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e também no Acre.
Em março do ano passado, o Sul do país foi atingido pelo Catarina. Os pesquisadores, que inicialmente acharam tratar-se de um ciclone, concluíram depois que foi um furacão por causa da intensidade das chuvas e dos ventos quando o o fenômeno atingiu o continente.
Pesquisadores brasileiros e estrangeiros alertaram as autoridades sobre a precariedade dos mecanismos disponíveis no Brasil para uma previsão mais eficiente desse tipo de fenômeno. O monitoramento enfrenta várias dificuldades, entre elas a deficiência de sistemas para detectar com antecedência a formação de ciclones e furacões.
Entre as sugestões apontada pelo grupo de pesquisadores está um programa nacional de bóias fixas e à deriva para monitorar as condições em alto-mar, região onde se formam ciclones e furacões, e uma rede de estações meteorológicas ao longo da costa brasileira, além da cobertura por uma rede de radares. Também foi identificada a necessidade de qualificação de pessoal e a construção de um satélite meteorológico geoestacionário. Os pesquisadores também não descartam a possibilidade de outros furacões atingirem a costa brasileira. (O Globo, 30/08)