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2005-08-31
Por Carlos Matsubara
Imagine um lugar assim: paisagens naturais de tirar o fôlego, culinária reconhecidamente extraordinária, vinhos maravilhosos e a alegria típica dos descendentes italianos sempre prontos a receber turistas de todo o país.

Esse lugar é Gramado, cidade turística e meticulosamente erguida como uma casinha de bonecas . Cheia de atrações, como o Festival Mundial de Publicidade, Festival de Cinema ou o Festival Internacional de Bonecos, entre outros, que acontecem por lá todos os anos.

Clima perfeito para uma lua-de-mel ou simplesmente um fim de semana com ares europeus no país tropical, com direito a neve, se tiver sorte. Tudo perfeito se não existisse a ganância de alguns. Pensando nos milhares de endinheirados que aportam na região, mega-projetos imobiliários de alto luxo ameaçam, não somente o clima bucólico de Gramado, mas principalmente o frágil ecossistema do lugar.

Localizados geralmente em terrenos privilegiados por vales, matas nativas, parreirais e vista para montanhas, os empreendimentos são uma aposta das incorporadoras para seduzir clientes que se deslocam anualmente para as cidades da região.

Um exemplo é O Bosque, condomínio de lotes residenciais da Ivo Rizzo e Don Felipe, junto com investidores da Bélgica, que ressaltam a busca a supremacia do elemento verde sobre o elemento construído, num terreno de 35 hectares e vegetação nativa .

Ambientalistas da região contentam-se com as mudanças no Plano Diretor do município, que exige, entre outras medidas, o aumento dos lotes para empreendimentos condominiais, o que possibilitaria a redução do índice demográfico da cidade.

Para o vice-presidente do Movimento Ambientalista da Região das Hortênsias (MARH) e integrante do Conselho Municipal de Meio Ambiente Paulo Drecksler, O Bosque está servindo de modelo em termos de ocupação do espaço urbano. — Este é um dos itens que chamou atenção no empreendimento, além da integração de todo o projeto com o ambiente local-, revela Drecksler.

O projeto da Ivo Rizzo consta com apenas 108 terrenos . Uma tática já bastante utilizada para escapar das críticas ambientalistas em grandes cidades como Porto Alegre, foi adotada. Cada um dos 108 terrenos de mais de mil metros quadrados terá sua própria Área de Preservação Permanente com 8,9 míseros hectares, mas que talvez já seja o bastante para satisfazer alguns.

A bióloga Daniela Bertolucci, que trabalha para outro empreendedor, a Esaplan, garante que o planejamento do condomínio será feito a partir da questão ambiental e vai garantir a manutenção do equilíbrio do ecossistema local e a preservação de árvores centenárias como murta, araucária, bosques de erva mate e santa rita – esta ameaçada de extinção.

Para a coordenadora-executiva do Núcleo Amigos da Terra, Káthia Vasconcellos, não basta que se contemplem projetos isoladamente. É necessário se pensar como um todo.

— Questionamos o modelo de ocupação urbana de Gramado-, explica. Conforme ela, o esgotamento dos espaços urbanos empurraria cada vez mais as construções para áreas de preservação (leia-se araucárias). — Além disso, somam- se questões inerentes ao crescimento populacional, como coleta de lixo, moradias e saneamento básico-, completa.

Ainda sem pensar no todo , mas com o objetivo de estimular que todas as novas obras sigam padrões que contribuam para o crescimento ordenado, a cidade está discutindo seu novo Plano Diretor. Um dos projetos prevê que os novos empreendimentos adotem processos construtivos ecologicamente corretos.

Se aprovada, a nova Lei - elaborada pelas secretarias de Planejamento e do Meio Ambiente - contemplará prédios que adotem o aproveitamento da água proveniente de chuvas, sistemas de aproveitamento de energia solar, façam a ligação de esgoto cloacal à rede pública ou adotem sistemas de tratamento próprios.

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