Um sistema de produção sustentável para a agricultura familiar é uma das novidades que estão sendo apresentadas pela Emater/RS-Ascar no Caminhos da Integração, espaço mantido em conjunto com a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na quadra 37, na 28ª Expointer. O sistema visa a garantir a armazenagem de água e a irrigação das culturas em períodos de estiagem e, a partir da Expointer, será divulgado pelos extensionistas nos municípios do estado.

O sistema consiste em um açude, em que são criados peixes e patos, cercado por canteiros, onde estão plantadas diversas culturas. A técnica agrícola da Emater/RS-Ascar, Fernanda Fagundes, explica que o esterco dos peixes e dos patos serve para adubar a água, que é utilizada na irrigação das culturas através de um sistema simples e barato, composto por uma bomba submersa, registros, mangueira e aspersores feitos com cotonetes. Fernanda diz que qualquer produtor com noção de encanamento e irrigação, ou com orientação da extensão rural, pode adotar esse sistema de irrigação. O plantio é realizado em círculos (nove no total), para facilitar a irrigação e o aproveitamento da área, mas pode ser adaptado às condições da propriedade. - Para montar esse sistema, o produtor não gastará mais do que R$ 1,5 mil para uma área de 2,5 mil metros quadrados e ainda poderá ter muitos ganhos com a produção-, avalia o presidente da Emater/RS, Caio Rocha.

A técnica explica que os dois primeiros canteiros, próximos ao açude, são os da qualidade de vida, sendo destinados ao plantio de chás e alimentos para o consumo da família. Os cinco canteiros seguintes são os da produtividade econômica, onde são plantadas as culturas para venda, como hortaliças e morango. Os dois últimos são os da integração ambiental, nos quais podem ser cultivadas plantas repelentes, que vão evitar a entrada de insetos, árvores frutíferas, que vão servir como quebra-vento, milho, para o trato dos animais, ou outra cultura, conforme a realidade de cada região. O novo método foi criado pela Casa da Agricultura Familiar do Maranhão há três anos devido à estiagem enfrentada naquele estado. Como nos últimos anos esse problema vem ocorrendo no Rio Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar foi buscar a idéia para implantar nas propriedades da agricultura familiar. O melhor aproveitamento da água também é tema de outra área do Caminhos da Integração, voltada para a gestão ambiental. (Página Rural, 28/08)