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2005-08-30
Ele parece simples como mingau de banana, e não dispara à frente de um Prius. Mas o Honda Civic GX talvez seja o carro mais provocante a singrar as poluídas e congestionadas autopistas da Califórnia este ano. Nem um híbrido sofisticado, nem um veículo com bateria de combustível projetado para as rodovias de hidrogênio do futuro, o Civic GX não funciona com óleo de canola, partículas subatômicas ou mesmo eletricidade. Ele abre caminho com o barato, limpo e abundante gás natural.

Talvez você nunca tenha ouvido falar no GX, mas ele não nasceu ontem. A Honda vendeu cerca de 7 mil Civic a gás natural desde 1997, a maioria para operadoras de frotas de serviços públicos e prefeituras municipais. Outros fabricantes testaram carros a gás; a Ford abandonou seu programa nos EUA, mas a Chrysler e a General Motors continuam oferecendo algumas picapes para clientes de frota.

Honda Civic GX é abastecido na garagem com dispositivo doméstico Phill A Honda, porém, demonstrou sua maior preocupação na primavera passada, ao oferecer silenciosamente 310 Civic GX para californianos. A Honda também está oferecendo um equipamento para abastecer os carros em casa, usando a tubulação de gás que alimenta o fogão ou a fornalha de calefação. O dispositivo, chamado Phill, permite o abastecimento durante a noite na garagem do proprietário, oferecendo uma alternativa às bombas de gás salpicadas por muitas áreas urbanas.

Por que alguém deveria querer um Civic GX? Para começar, é o carro de combustão interna mais limpo já testado pela Agência de Proteção Ambiental. O Conselho Americano para uma Economia Eficiente em Energia, um grupo de defesa ambiental, o considera o carro mais verde da América. Cerca de 95% do gás natural é metano, uma molécula simples de um átomo de carbono e quatro de hidrogênio. Quando queimado, esse gás produz pouco mais que dióxido de carbono e vapor de água. Além de emitir menos substâncias que causam fumaça do que um Civic a gasolina, a Honda diz que o GX produz 20% a 25% menos emissões ligadas ao aquecimento global, como monóxido de carbono. Somente alguns carros altamente eficientes, como o Civic Hybrid, o Toyota Prius e o Honda Insight, se comparam ao GX.

Além disso, com a gasolina vendida a US$ 3 [o galão; cerca de US$ 0,80 por litro] ou mais em algumas áreas, o gás natural é relativamente uma pechincha, apesar dos aumentos de preços para consumo doméstico nos últimos anos. Ainda custa menos de US$ 2 nos postos pelo equivalente a um galão de gasolina e US$ 1,27 pelo equivalente a um galão quando abastecido em casa (no condado de Orange). Parte da economia se relaciona aos impostos: atualmente não são recolhidos impostos federais ou estaduais sobre o gás consumido em casa. (Os impostos são incluídos no preço nos postos.)

E há mais vantagens. Comparado com a gasolina, o gás é muito mais limpo e barato de refinar e transportar. O suprimento também não é controlado pelos xeques do Oriente Médio. Embora as importações estejam aumentando, cerca de 98% do consumo americano vem da América do Norte. Na Califórnia entrecortada de estradas, um adesivo no sedã antiquado confere um privilégio VIP: o acesso, mesmo que o motorista esteja sozinho, a uma ampla rede de pistas exclusivas para veículos com alta ocupação. Os benefícios logo ficam claros: enquanto o tráfego se arrastava nas pistas regulares na Freeway 405, meu Honda de 100 cavalos era um dos carros mais velozes na estrada.

Embora as vendas para particulares sejam limitadas, a Honda pretende levar o GX à costa leste este ano. Ainda não anunciou para quais Estados. Por US$ 22.310, o GX é mais caro que o Civic LX, idêntico por fora, de US$ 17.210. Mas os compradores do GX se qualificam a uma dedução fiscal federal de US$ 2 mil e também a alguns incentivos estaduais. A nova lei federal de energia vai adoçar o negócio no ano que vem, oferecendo um crédito fiscal equivalente a 80% do custo adicional de US$ 3.600 pelo sistema de transmissão de energia para o motor a gás. A Honda pretende continuar oferecendo um GX a gás quando sua nova linha Civic redesenhada chegar ao mercado em 2006. O GX é construído juntamente com os outros Civics em Marysville, Ohio, e seu equipamento é semelhante. Meu carro de teste tinha freios ABS nas quatro rodas, airbags frontais e laterais, ar-condicionado, trava das portas por controle remoto, vidros elétricos, controle automático de velocidade e um aparelho de CD totalmente adequado (embora sem entrada para iPod ou aparelho de MP3).

Até sob o capô o GX é parecido com seu homólogo a gasolina. O motor de 4 cilindros desloca 1,7 litro e gera 100 cavalos-vapor e 98 libras-pé de torque, potência menor que o Civic LX a gasolina. O GX tem uma estimativa federal de equivalência a gás de 12,7 km/litro na cidade e 14,4 km/litro na estrada. Mas, com um tanque menor, o GX não pode percorrer mais de 400 quilômetros sem reabastecer.

O Honda ecológico faz boa utilização de sua potência limitada com a ajuda de uma ótima transmissão de variação contínua. Essa maravilha de correia-e-roldana se ajusta constantemente conforme a necessidade de potência, mais ou menos como as marchas de bicicleta; sem engrenagens, nunca reduz a marcha. Numa longa subida o GX manteve 128 km/hora, permanecendo abaixo da linha vermelha no tacômetro. Em termos de emissão, o GX é classificado como AT-PZEV, ou veículo de tecnologia avançada - quase zero emissões. Em termos práticos, os mesmos atributos que tornam seguro queimar gás natural em casa significam que o GX emite 87% menos monóxido de carbono e 25% menos emissões de gases do efeito estufa que um Civic a gasolina. Numa iniciativa para encorajar as compras de veículos a gás natural, e para expandir a infra-estrutura que os suporta, Los Angeles e várias outras cidades da Califórnia oferecem estacionamento gratuito. Ao permitir o acesso a pistas para veículos de alta ocupação, pelo menos até o final de 2007, o Estado conferiu um privilégio que até agora era negado aos carros híbridos sem pelo menos um passageiro, mas um número limitado de híbridos de baixo consumo vai ganhar esse acesso sob uma nova legislação estadual. Testei a pista exclusiva depois de abastecer o GX num posto Clean Energy em Irvine, perto de minha casa. Depois rumei para a Interestadual 5 na hora do rush à tarde.

Dirigir sozinho na pista especial é como provar o fruto proibido --e leva você muito mais depressa ao seu destino. Perto de Irvine, um novo Prius passou na pista rápida à minha direita. Alguns quilômetros ao sul, enquanto o tráfego normal parava, passei o Prius a 96 km/h. Desde que haja um posto próximo (uma lista por Estados está disponível em www.eere.energy.gov/afdc/), abastecer um carro com gás é simples: você insere um cartão de crédito e segue as instruções em uma tela de vídeo na bomba. Depois de reconhecer que você entendeu como deve girar o botão e fixar a mangueira, ela lhe dá uma senha de dois dígitos que permite dispensar o vídeo na próxima vez. Sob a tampa do tanque, em vez do conhecido receptáculo para a mangueira de gasolina, há uma pequena válvula para o gás. Quando o combustível começa a fluir, faz mais barulho que a gasolina, mas enche o tanque de 3.000 ou 3.600 libras/polegada quadrada em aproximadamente o mesmo tempo necessário para encher um tanque de gasolina.

O porta-malas do GX é menor do que você esperaria, porque seu tanque de combustível de 30 litros --envolto em fibra de carbono-- fica entre o banco traseiro e o porta-malas. A Honda diz que o tanque é muito mais forte e seguro que um tanque de gasolina, como foi demonstrado em testes e em acidentes reais. Enquanto eu abastecia, dois veículos da prefeitura utilizaram a bomba e alguns outros GX também pararam. O primeiro era um modelo 2001 branco dirigido por Darrin McClure, um programador de software e surfista de 40 anos que viaja 32 quilômetros de San Clemente a Irvine e volta todos os dias. Ele diz que passa voando pelos carros lentos na Interestadual 5 e acena para outros motoristas de GX, muitos dos quais se sentem parte de um grande segredo. –Esse carro é incrível, disse McClure. –É tão limpo que você poderia estacioná-lo na sala de casa.

Um dos primeiros adeptos do Phill, o dispositivo de abastecimento doméstico, foi Jeff Church, 49, um piloto da United Airlines que usa um GX 2003 em seu trajeto de 80 quilômetros de sua casa até o aeroporto de San Dimas. Ele disse que foi voluntário para testar o sistema, e ofereceu para que eu o experimentasse em sua casa. O equipamento tem um metro e fica pendurado na parede da garagem. Para abastecer o GX, bastou estender a mangueira enrolada, prendê-la na válvula e apertar um botão. Church gosta do GX por vários motivos. –Um deles é que você dirige o carro com motor de combustão interna mais limpo e mais responsável com o meio amniente. Segundo, dirigir na pista especial torna a viagem mais curta e mais previsível. Meu trajeto na hora do rush até o aeroporto de Los Angeles leva de 50 a 55 minutos. De outro modo poderia levar 1 hora e 45 minutos.

Devolvi meu GX com relutância depois de 430 quilômetros esclarecedores. A Honda estima que o combustível para um Civic a gasolina custa 8,8 centavos por milha. Eu calculei a despesa do GX em 5,8 centavos por milha, abastecendo no posto Clean Energy. Mas se abastecesse em casa o custo seria de cerca de 3 centavos por milha, sem incluir os custos de instalação ou leasing. Com esses números, qualquer um respiraria melhor. (NY Times, 28/8)

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