ONGs lançam campanha contra usinas na região do Pantanal
2005-08-29
Quatro organizações não-governamentais vão lançaram na sexta - 27/08, em São Paulo (durante a Adventure Sports Fair) a campanha NÃO às Usinas de Álcool no Pantanal. O evento ocorreu na sala XV, no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera, com promoção da Fundação SOS Mata Atlântica, Ecoa (Ecologia e Ação), Fórum em Defesa do Pantanal e Rede Pantanal. O objetivo é iniciar uma mobilização contra o envio à Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul do projeto que pretende alterar a Lei Estadual 328, de 1982, que proíbe a instalação de usinas de álcool na Bacia do Alto Paraguai.
- A lei foi resultado de um grande movimento contra usinas realizado na época e agora mais de 80% do Pantanal pode ficar em risco se ela for modificada -, resume Alessandro Menezes, presidente da Ecoa e secretário-executivo da Rede Pantanal de ONGs.
A região definida para a instalação de usinas é o Norte do Estado do Mato Grosso do Sul, onde também há afloramentos do Aqüífero Guarani. Além do Pantanal Sul-Mato-Grossense estariam ameaçadas regiões pantaneiras na Bolívia e no Paraguai. - Estamos colocando nossa força de articulação e mobilização junto deste movimento porque nas bordas do Pantanal estão regiões preciosas de Mata Atlântica como a Serra da Bodoquena -, explica Mario Mantovani, diretor de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica.
Para Kohl, usinas não apresentam risco ao meio ambiente
O prefeito de Coxim Moacir Kohl, que é presidente do Coredes Norte (Conselho Regional de Desenvolvimento da Região Norte), disse ao Campo Grande News que os municípios são a favor da aprovação do projeto de instalação de usinas de álcool e açúcar na região peripantaneira. Segundo Kohl, os empreendimentos não oferecem risco ao meio ambiente do ponto de vista técnico-científico. No entanto, ele disse que emocionalmente as pessoas falam coisas que não são verdadeiras. Kohl, que lidera uma mobilização para pedir a aprovação do projeto, disse que é agrônomo e pode falar com segurança sobre o assunto.
Conforme o prefeito, foi a pecuária que gerou prejuízos ao meio ambiente na região norte, provocando erosões. Mas a agricultura, segundo ele, não causa riscos, pois o produtor tem que cuidar da terra para poder produzir.
Além da instalação de usinas de álcool e açúcar, a região Norte defende a instalação de fecularias de mandioca e da produção do biodiesel por meio da mamona. O prefeito afirmou que todos envolvem processos produtivos modernos e sem riscos. Moacir Kohl propõe que seja feito um estudo de impacto ambiental para verificar a viabilidade.
- Ninguém quer plantar no Pantanal, mas onde se planta a soja e o milho. São terras altas longe do ciclo da água -, respondeu ele ao ser questionado sobres as conseqüências dos empreendimentos para os rios Coxim e Taquari, que já estão em processo de degradação. De acordo com o prefeito, com as técnicas modernas tudo de aproveita na produção. (Campo Grande News, 26/08)