Escola Latino-Americana de Agroecologia é inaugurada no Paraná
2005-08-29
Criar uma rede de intercâmbio entre os camponeses de toda a América Latina é uma das propostas da Escola Latino-Americana de Agroecologia, inaugurada no dia 27/08 no município da Lapa, no Paraná. Participaram da solenidade o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, o governador do Paraná, Roberto Requião, João Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), e a professora da Universidade Central da Venezuela que atua negociações internacionais da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), Judith Valência.
A escola é uma parceria entre os governos da Venezuela e do Paraná, Universidade Federal do Paraná, Via Campesina Internacional (entidade que congrega movimentos ligados à questão fundiária em todo o mundo) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Está localizada dentro de um projeto de reforma agrária do MST, chamado assentamento Contestado. O protocolo de intenções para sua criação foi assinado em janeiro deste ano, durante o V Fórum Social Mundial (FSM). O primeiro curso de graduação em Agroecologia já tem 100 alunos inscritos e será ministrado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). São estudantes ligados às organizações camponesas de toda a América Latina, que se tornarão técnicos em agroecologia. O curso será realizado em regime de alternância: tempo escola e tempo comunidade, com três anos de duração.
Segundo o coordenador estadual do MST Roberto Baggio, a escola é um projeto pioneiro que vai preparar uma geração de profissionais para atuar de forma permanente junto aos camponeses, construindo uma nova matriz tecnológica baseada na agroecologia. Essa nova matriz, explicou, será voltada para a pequena produção e o mercado interno, respeitando o meio ambiente e contribuindo para a construção de uma agricultura soberana. (Página Rural, 26/08)