Em 10 anos, cai a um terço os espermatozóides dos paulistanos
2005-08-26
A quantidade de espermatozóides no sêmen dos paulistanos reduziu cerca de um terço nos últimos dez anos, segundo levantamento do Banco de Sêmen do Hospital Israelita Albert Einstein. No período, a concentração nas amostras avaliadas passou de 100 milhões a 150 milhões para 30 milhões a 50 milhões por doador.
Não há certeza sobre os motivos que geraram a redução significativa, mas estudos anteriores indicam para a hipótese de influência de contato com produtos industrializados. Segundo a coordenadora do Banco de Sêmen, Vera Beatriz Fehér Brand, se o padrão atual de espermatozóides se mantiver, não ocorrerão problemas na fertilidade masculina.
O único doador do Rio, que vive na praia, atinge a média de 150 milhões de espermatozóides, não sendo ainda afetado pelo problema que atinge os outros doadores do Einstein, a maioria de São Paulo. Entretanto, não há dados suficientes para detalhar diferença entre a concentração de espermatozóides de moradores de cidades maiores ou menores.
Metade dos doadores que procuram o Albert Einstein tem a amostra rejeitada por não atingir o mínimo necessário de espermatozóides. Segundo os padrões da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, é preciso ter pelo menos 50 milhões deles, com 50% de mobilidade.
Estudos mundiais apontam que a redução dos espermatozóides seria explicada pelo contato com as substâncias químicas presentes no ambiente em geral, especialmente os químicos presentes nas embalagens plásticas de alimentos e produtos de limpeza. (O Estado de S. Paulo, 22/08)