O polêmico projeto de transposição do Rio São Francisco deve ganhar novo capítulo em setembro. A expectativa é de que no próximo mês o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conceda o licenciamento ambiental necessário para o início das obras, conforme declarou um dos diretores do Ibama, Luiz Felipe Kunz.

Em artigo recente, o agrônomo e pesquisador, João Suassuna, alertou para os riscos da transposição. Sobre o solo, ele conta que por causa da existência de rochas na região, será necessário o uso de explosivos para desobstruir o caminho, o que levaria um total de 17 anos para concluir os 700 km de canais previstos nas obras.

O agrônomo também critica a proposta de desapropriar 2,5 km de terras nas margens dos canais, beneficiando uma área de 350 mil ha para o desenvolvimento da agricultura familiar. Segundo João Suassuna, a idéia não é viável já que o solo na região é de péssima qualidade e, portanto, não serve para esse tipo de atividade agrícola. (Adital, 24/08)