Antártida: buraco de ozônio aumentou de tamanho em relação a 2004, diz ONU
2005-08-24
O buraco de ozônio sobre a Antártida terá aumentado em relação ao ano passado mas continua menor do que em 2003, informou ontem (23/8) a ONU, através da Organização Mundial de Meteorologia (OMM). A devastação sazonal da camada que protege a Terra dos raios ultravioletas do Sol, situada entre os 15 e 30 quilômetros acima do solo, pode tornar-se mais significativa num futuro próximo, avisa a organização.
Todos os invernos ocorrem reduções na camada de ozônio nas regiões polares, especialmente na Antártida. As baixas temperaturas permitem a formação de nuvens estratosféricas, que possibilitam as reações químicas da fragmentação do ozônio. –Nesta altura, parece que o buraco de ozônio deste ano vai estar na média ou, talvez, um pouco acima da média, disse Geir Braathen, especialista em ozônio da OMM, numa conferência de imprensa.
Segundo os investigadores, o buraco de ozônio atingiu um recorde de 29 milhões de quilômetros quadrados em Setembro de 2003, expondo aos raios nocivos a zona sul da América do Sul. Hoje, a OMM disse que a área onde as temperaturas são baixas o suficiente para a formação de nuvens – uma indicação do tamanho potencial do buraco de ozono – cobre atualmente cerca de 25 milhões de quilômetros quadrados.
— Esperamos que o buraco de ozônio se agrave nos próximos dez anos. Depois, a situação deverá começar a melhorar-, acrescentou Braathen. Este especialista prevê a recuperação do buraco de ozônio para 2050. A OMM, com 181 Estados membros, baseia a sua análise em informações recolhidas por satélites, no solo e em balões lançados à atmosfera.
Camada de ozônio pode começar a melhorar em dez anos, diz OMM
A situação da camada de ozônio poderia piorar nos próximos cinco a dez anos, mas depois melhoraria à medida que os gases poluentes forem desaparecendo da atmosfera, afirmou nesta terça-feira (23/08) um especialista da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Além disso, os estudos indicam que o buraco da camada de ozônio continuará aumentando a cada ano, pelo menos até meados deste século, disse o cientista Geir Braathen do Departamento de Pesquisa Atmosférica e Meio Ambiente da OMM.
O buraco continuará em formação nos próximos anos, apesar de a concentração na atmosfera dos gases que têm provocado o fenômeno - clorofluorcarbonetos (CFC) e halon - ter diminuído nos países industrializados, graças à aplicação dos acordos internacionais assinados para este fim.
O especialista disse que o fenômeno continuará, porque levará várias décadas para que os gases prejudiciais para o ozônio desapareçam.
Braathen disse que as observações feitas entre maio passado e meados deste mês indicam que — as condições meteorológicas na estratosfera da Antártica são próximas à média registrada entre 1995 e 2004.
O perigo, no entanto, aumenta quando o buraco cresce até chegar ao extremo sul da América do Sul, o que já aconteceu antes, mas por poucos dias, e com um efeito muito limitado, disse. (Escosfera, 23/8 e Yahoo Brasil Notícias, 24/8)