Incêndios: ONG portuguesa preocupada com qualidade da água de Castelo de Bode
2005-08-24
A qualidade da água do reservatório de Castelo de Bode, que abastece cerca de 3 milhões de pessoas no Vale do Tejo e Grande Lisboa, pode estar ameaçada depois de os incêndios dos últimos dias terem destruído a floresta que protegia a reserva de água, alertou ontem (23/8) a organização ambientalista Quercus. O núcleo da Quercus no Ribatejo e Estremadura receia que as cinzas dos fogos que lavraram desde a freguesia de Aldeia do Mato à localidade de Fontes, no conselho de Abrantes, sejam arrastadas até à albufeira.
–Os declives acentuados das encostas do rio Zêzere, associado aos difíceis acessos e à dispersão dos meios de combate pelas aldeias, fizeram descurar a defesa da floresta nas encostas da Albufeira de Castelo do Bode, lamenta a associação. No mesmo comunicado, a Quercus manifesta-se solidária com os bombeiros pelo esforço efetuado no combate às chamas desde os conselhos de Ourém a Abrantes.
A Quercus adianta que pediu ontem ao Instituto da Água um ponto de situação sobre a avaliação da contaminação provocada pelos incêndios. De acordo com a associação ambientalista, os incêndios florestais provocam um elevado impacte ambiental, desde a destruição de todo o ecossistema (...), passando pela emissão de grandes quantidades de fumo, com partículas e gases que contribuem para o efeito de estufa e posteriormente também aumentando o risco de erosão química e física, com as cinzas e solo a ser arrastado para as linhas de água com as primeiras chuvas. (Ecosfera, 23/8)