O presidente Néstor Kirchner, da Argentina, reuniu-se na manhã de ontem (23/8), na Casa Rosada, com um grupo de ambientalistas da cidade de Gualeguaychú. Os ecologistas reclamaram que o governo suspenda a construção de duas fábricas de papel que estão sendo erguidas na fronteira com o Uruguai. Pouco antes das 11h (horário local), os integrantes da Assembléia Cidadã Ambiental de Gualeguaychú foram recebidos na Casa do governo. Ali entregaram ao presidente um documento assinado por 35 mil pessoas que se opõem à instalação das plantas de celulose na localidade uruguaia de Fray Bentos.

Os ecologistas vêm protestando contra a instalação das papeleiras porque sustentam que elas terão um alto efeito contaminante nas águas do Rio Uruguai. Ao término da reunião da qual também participaram o chefe de Gabinete, Alberto Fernández; o governador de Entre Ríos, Jorge Busti; e o intendente de Gualeguaychú, José Irigoyen, o ministro das Relações Exteriores, Rafael Bielsa, sostentou que a construção das papeleiras é uma questão nacional.

–A obrigação da Chancelaria é preservar a relação com todos os países, mas conservando o espaço físico, explicou. Por este motivo, disse que o governo reiterou seu pedido para o Uruguai a fim de que se descontinue a instalação das plantas de celulose em Fray Bentos. Ao menos, assinalou o funcionário, até que se conheçam os resultados dos estudos ambientais elaborados pela comissão binacional.

Também o governador de Entre Ríos considerou que esta vai ser uma causa nacional para a Argentina. E acrescentou: –Haverá ações em nível nacional desde o governo da província que levarão todas ao mesmo objetivo, que é defender os direitos nacionais, assinalou. Já o porta-voz da Assembléia Cindadania Ambiental de Gualeguaychú, Andrés Rivas, pediu que o tema não seja tomado como gesto eleitoreiro . Ele reclamou que se estabaleça uma posição nacional com respeito ao governo uruguaio. (Clarín, 23/8)