Municípios da região Noroeste de MT decretam estado de emergência
2005-08-23
Os prefeitos dos municípios de Aripuanã, Cotriguaçu, Colniza, Castanheira e Juína decretaram, no dia 18, estado de emergência nos cinco municípios da região Noroeste. Segundo os prefeitos, a situação de emergência nos municípios está baseada no fato do Ibama de Mato Grosso não disponibilizar de um corpo técnico e jurídico para a liberação das ATPFs (Autorização de Transportes de Produtos Florestais), além de não apresentar qualquer perspectiva em curto prazo para a liberação dos projetos de manejo que estão emperrados no Ibama.
Os gestores cobram providências urgentes dos governos estadual e federal para resolver o problema que afeta os municípios. O presidente da AMM, José Aparecidos dos Santos, assegurou que vai entregar cópia dos decretos ao governador Blairo Maggi e pedir apoio do governo para uma solução imediata para a crise financeira dos municípios. Ele lembrou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve em Cuiabá na última semana e não ficou resolvida a situação que afeta os municípios de diversas regiões do Estado. - O governo federal tem passado uma imagem de que tudo está sendo resolvido, mas não está. A população dos nossos municípios está sendo penalizada com a crise. Queremos providências urgentes - , disse Cidinho.
Segundo os prefeitos, como as madeireiras continuam sem autorização para o transporte da madeira, mais de 50% delas estão paralisadas, sem poder trabalhar. - Os municípios estão caminhando para um total estado de calamidade pública, com reflexo direto em todos os setores da economia municipal -, revela o prefeito de Juína, Hilton Campos. Segundo ele, o setor madeireiro é o responsável por mais de 70% da economia do Noroeste do estado. Com a paralisação das empresas, as prefeituras já sentem uma queda na arrecadação dos impostos. - Tivemos paciência até agora de esperar que tudo se resolvesse. Quando finalmente nomeiam uma pessoa para comandar o Ibama daqui, recebemos a notícia de que ele também será investigado -, reclama o prefeito de Colniza, Sérgio Bastos dos Santos.
Os prefeitos também manifestam a preocupação com a aproximação do período das chuvas. - O setor madeireiro naturalmente pára na época da chuva. Agora era a hora em que as empresas deveriam estar produzindo -, revela o prefeito de Aripuanã, Ednilson Luiz Faitta. Ele explica que as madeiras que estão nos pátios das madeireiras estão se perdendo. - No nosso município tinham várias cargas de madeiras que tinham como destino o Canadá. Mas a carga está parada, sem poder ser transportada -, finalizou o prefeito. (Amazônia.org.br, 22/08)