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2005-08-22
O Brasil terá que adotar até o final do ano medidas fitossanitárias que permitirão a exportação de produtos com embalagens de madeira para qualquer país do mundo. Desde março deste ano, a União Européia já exige certificação das embalagens para garantir que o produto está livre de larvas e pragas que são comuns na madeira. Para conseguir a certificação, que será obrigatória até o final deste ano, os produtores terão que comprar o produto certificado. Os madeireiros terão que conseguir a certificação com uma das 155 empresas credenciadas pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

De acordo com o fiscal federal Carlos Franz, que é ligado à Coordenação da Fiscalização de Trânsito de Vegetais da Mapa, para serem certificadas as embalagens precisam passar por um processo de tratamento por fumigação com brometo de metila ou por um processo de tratamento térmico. - A intenção é mostrar que o produto não contém pragas ou larvas dentro da madeira. Depois de passar pelos processos em empresas credenciadas, o material recebe o símbolo internacional de madeira certificada -, disse.

Franz admite que ainda é insuficiente o número de empresas credenciadas. Entretanto, ele alega que a normatização está apenas começando. Ele argumenta que os custos não serão altos. - Hoje 70% das embalagens utilizadas são de madeira por serem mais baratas. Vão continuar baratas. A diferença de custo pelos benefícios que ocorrerão é compensatória -, apostou ele. As normas técnicas foram aplaudidas ontem pelo setor madeireiro. De acordo com o presidente da Associação Paranaense das Empresas de Base Florestal (APRE), Roberto Gava, a certificação acaba com a fiscalização nos portos mundiais que muitas vezes acaba fazendo com que o material retornasse ao Brasil e os custos fossem triplicados. - O que muda é que o lixo doméstico será separado do reciclável dentro da casa de cada exportador. A madeira só será exportada se estiver limpa. Em princípio cria um ônus, que é o ajustamento do processo. Mas garante nossa qualidade no mercado internacional -, ponderou Gava. Hoje, o setor de base florestal é o segundo maior exportador do Paraná. O complexo base florestal exporta US$ 1 bilhão por ano.

Empresários de vários setores receberam as instruções ontem sobre a Nimf durante um Seminário de Barreiras Fitossanitárias, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e pela Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário (Abrafit). (Página Rural, 19/08)

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