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2005-08-22
A sétima rodada de licitações, promovida pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), entre 18 e 19 de outubro, vai submeter a concorrência 28 blocos exploratórios (áreas delimitadas pela Petrobras para prospecção e exploração de petróleo e gás natural) terrestres no Amazonas. O pregão vai contar ainda com 1.106 blocos e 17 áreas inativas, localizados em outros Estados. A sétima rodada de licitações foi objeto de explanações e debates realizados no dia 19/08, em Manaus, em evento sobre o tema promovido pela Petrobras, com participação de empresários e dirigentes públicos.

É a terceira vez que os lotes amazonenses, localizados na bacia do Solimões, são oferecidas à iniciativa privada. Nas licitações anteriores (2000 e 2002), a região não atraiu interesse da indústria petrolífera, por ser considerada isolada e sem atrativo econômico. A perspectiva de conclusão das obras do gasoduto Coari-Manaus entre 2006 e 2007, contudo, geraram expectativas positivas para a agência.

Na avaliação do presidente da ANP, Haroldo Lima, a entrada de novos investidores do setor petrolífero nas áreas de prospecção e produção - fato inédito para o Amazonas que, até o momento, registrava apenas atividades da Petrobras - deve dobrar o nível de royalties de petróleo recebido pelo Estado, no longo prazo (no mínimo três anos, prazo mínimo para prospecção). Em 2004, essa cifra chegou a R$ 195 milhões.

— As perspectivas para a região são boas. Só lamentamos o contingenciamento feito pelo governo federal o que limitou nossa capacidade de realizar os levantamentos necessários na bacia sedimentar da área -, avaliou.

Dos R$ 1,9 bilhão previstos para 2004, apenas 1% chegou efetivamente à ANP, tarefa que, antes da criação do órgão, ficava sob responsabilidade da Petrobras.

O diretor geral da Onip (Organização Nacional do Petróleo), Eloi Fernández, destacou que a vinda de novas empresas do setor petrolífero ao Amazonas deve contribuir também para elevar a demanda da indústria local. O edital da licitação estabelece que os vencedores devem contar com 70% a 80% de investimentos locais na fase de exploração. Na etapa de desenvolvimento, a taxa sobe para 77% a 85%.

— A indústria de petróleo contribui para a capilaridade da economia e geração de oportunidades na região onde atua. Costuma aquecer negócios relacionados aos segmentos de bens de capital, papel, roupas industriais e eletrônica embarcada -, informou.

O gerente de exploração e produção do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), Jonas dos Reis Fonseca disse que o potencial da área é suficiente para atrair número considerável de empresas do setor, em virtude da qualidade do óleo sedimentado em seu subterrâneo. Para ele, no entanto, a tendência é que apenas organizações de pequeno porte se candidatem a vir para o Amazonas.

— Os blocos contam com acumulações pequenas (entre 15 e 20 milhões de barris). Há também a possibilidade que a Petrobras acabe cobrindo os lances. Nesse caso, não haveria grande mudança em termos de desenvolvimento para a região -, ressalvou.

Segundo Fonseca, para atrair organizações de grande porte ou multinacionais como Chevron e Texaco, seria necessário que os blocos contassem com acumulações de pelo menos 60 barris de petróleo - semelhante à registrada em Coari. (Amazonas Em Tempo, 20/08)

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