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2005-08-22
Os leões da Tanzânia converteram-se em predadores humanos nos últimos anos. Desde 1990 até 2004, os ataques a pessoas realizados por esses animais aumentaram mais do que o triplo em relação ao que vinha ocorrendo anos atrás, o que provocou a morte de pelo menos 563 pessoas e causando ferimentos em outras 308, em sua maioria agricultores.

A maior parte dos ataques ocorreu em zonas agrícolas recentemente colonizadas pelo enorme aumento da população da Tanzânia, onde, em 1988 havia 23,1 milhões de habitantes, contra 34,6 milhões em 2002. Um estudo científico sobre os leões devoradores de homens foi publicado na Revista Nature com a finalidade de buscar estratégias que diminuam o número de mortes, uma vez que a população de leões continua a mesma.

O aumento do número de morte de pessoas contrasta com as estratégias de conservação da fauna, ao promover-se entre os agricultores a morte dos grandes felinos como medida para evitar os ataques. A Tanzânia é o país africano com a maior população de leões. E, por sua vez, é o país africano com o maior índice de pobreza da África.

O estudo dirigido por Craig Packer, do departamento de Ecologia da Universidade de Minnesota, chegou à conclusão de que 40% dos ataques a pessoas ocorrem entre os meses de março e maio, quando se realizam as colheitas. Essas ocasiões coincidem com a presença de um maior número de agricultores no campo.

Das vítimas que morreram por causa dos ataques, 18% eram menores de 10 anos, havendo muitos casos em que estavam fora da vigilância de suas mães. Quase 70% eram do sexo masculino, provavelmente porque os homens pastoreiam mais do que as mulheres, para levar forragem para o gado, sendo eles os que mais caminham à noite. (El Mundo, 20/8)

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