ALAGOAS PERDE ÁGUA DO SÃO FRANCISCO
2001-09-11
A vazão do Rio São Francisco, na foz, entre Alagoas e Sergipe, corresponde hoje a 20% do que era na década de 50, antes da inauguração da hidrelétrica de Paulo Afonso. Até então, o rio se projetava no mar, no Pontal do Peba, com uma vazão de 11 mil metros cúbicos por segundo. Atualmente, são 2,6 mil metros cúbicos por segundo. A situação se tornou crítica com a construção da barragem de Xingó, ao ponto de o mar ter invadido o continente e destruído o farol da Marinha, instalado na foz do rio, e um povoado do lado sergipano. Mas os especialistas não culpam diretamente a barragem de Xingó, porém a falta de compromisso da Companhia Hidrelétrica do São Francisco - Chesf - que não construiu as barragens reguladoras de vazão em Alagoas e Sergipe. A queda da vazão do São Francisco traz sérias implicações para Alagoas e, uma delas, refere-se ao projeto para construção do canal de irrigação no semi-árido. Para se ter uma idéia, existem entre Alagoas e Sergipe uma área a ser irrigada de 3 milhões de hectares, mas, para tanto, é necessária uma vazão de 1,5 mil metros cúbicos por segundo. Dos 2,6 mil metros cúbicos por segundo que restam de vazão do São Francisco, 2 mil metros cúbicos são consumidos pela Chesf e o restante serve ao uso múltiplo do rio, ou seja, abastecimento urbano e irrigação. (Gazeta de Alagoas-10/9)