Tentativa fracassada de devolver pilhas usadas frustra comerciante de Gramado
2005-08-19
A iniciativa do comerciante de Gramado, Paulo Ricardo Drecksler, 49 anos, de colaborar com o ambiente criando um depósito de pilhas usadas para depois devolvê-las aos responsáveis terminou frustrada. Pelo menos por enquanto. É que os fabricantes, antes comprometidos em recolher o material, desistiram da tarefa. Drecksler vê a quantidade de pilhas guardadas em sua loja aumentar a cada dia. No local, estão guardadas mais de três toneladas do material - cerca de 90 mil unidades. E a cada semana, chegam quase mil pilhas vindas de escolas. Como não vê uma solução a curto prazo para o problema, o comerciante pensa até em entrar na justiça para conseguir providências. Na batalha, ele conseguiu o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, por meio do Conselho Municipal de Meio Ambiente e da ONG Movimento Ambiental da Região das Hortênsias. - Vamos encaminhar uma carta aos fabricantes. Se não houver manifestações, o Ministério Público será acionado - adianta.
Mas o artigo 13 da Resolução 257 do Conselho Nacional do Meio Ambiente tem preocupado Drecksler. A norma diz que, se tiverem quantidades de metal reduzido, as pilhas podem ser misturadas ao lixo comum. Por enquanto, para evitar a contaminação do solo, Drecksler guarda tudo dentro de garrafas plásticas. A última coleta de pilhas por fabricantes, segundo ele, ocorreu há dois anos. Na ocasião, foram levadas para São Paulo 17 mil unidades.
O que diz Joni Morbene, da Distribuidora Morbene, das pilhas Rayovac:
- Uma vez acertamos com o Paulo Drecksler que iríamos recolher as pilhas. Depois, falei com o gerente da Rayovac, para que as pilhas fossem recolhidas diretamente pela empresa. O gerente ficou de contatar o Drecksler para acertar isso.
O que diz o Serviço de Atendimento ao Consumidor da Rayovac:
- Em 30 de junho de 1999, foi aprovada uma norma que dispõe sobre a reciclagem e reutilização das pilhas e baterias. Essa lei visa a regular a quantidade de componentes químicos contaminantes ao ambiente, como mercúrio, cádmio e chumbo. Determina os limites máximos permitidos para estes componentes. Os fabricantes que estiverem dentro dos limites, poderão ter seus produtos descartados nos resíduos domiciliares. Todos os produtos da Rayovac já estão hoje ou com eliminação total de mercúrio, cádmio e chumbo, ou, em alguns poucos casos, abaixo dos limites previstos. Desse modo, todos os produtos podem e devem ser descartados no lixo doméstico. (Pioneiro, 18/08)