O gerente executivo do Ibama de Mato Grosso, Paulo Fernando Maier Souza, é acusado de liberar o transporte de madeira sem a concessão de ATPFs e vai ser ouvido hoje na CPI da Biopirataria, em Brasília. Ele foi convocado a pedido do relator da Comissão, deputado Sarney Filho (PV-MA).

O crime teria sido cometido quando ele era gerente do Ibama de Santarém (PA). Maier assumiu, há duas semanas, a gerência do Ibama. A indicação foi do próprio presidente do órgão, Marcus Barros, que inclusive o elogiou, considerando-o qualificado para o cargo. O Ibama ainda ressente do processo de intervenção, desencadeado pela descoberta de um esquema de corrupção.

Maier vai ser ouvido juntamente com Sílvio César de Lima, sócio da HB Lima Topografia e Engenharia Florestal. Essa empresa é que, segundo a revista Veja de 15 de junho, auxiliava agricultores da Fetagri do Pará a cortar madeira ilegal. Uma das proprietárias da HB confirmou que a autorização para transporte dessa madeira sem documentação (ATPF) tinha sido dada por Maier.

O esquema, diz a revista, beneficiava madeireiros que faziam doações para candidatos do PT no Pará. Com isso, eles recebiam um salvo conduto para passar nos postos fiscais com a madeira ilegal. A senha era um adesivo que trazia os dizeres oPTante do Plano Safra 2004, com as letras PT em destaque.

O atual gerente executivo do Ibama/MT é funcionário de carreira e tem formação em engenharia agronômica. Quando de sua nomeação para o Estado, o presidente do Ibama chegou a dizer que havia escolhido alguém com experiência e que conhece os problemas da Amazônia. O ex-gerente, Hugo Werle, foi exonerado sob acusação de participação no esquema de corrupção. Maier enfrenta a mesma acusação.

Paulo Maier, que estava ontem em Brasília, não foi localizado para comentar o assunto e nem deu retorno aos recados. (Gazeta Digital, 18/08)