Indústria denunciada volta a funcionar no Chile
2005-08-18
A indústria de Celulose Arauco e Constituição (Celco), responsável, segundo a entidade Ação pelos Cisnes, pela destruição do Santuário da Natureza Carlos Anwandter, do rio Cruces, conforme um estudo científico da Universidade Austral do Chile, em novembro de 2004, e apesar da tenaz oposição da comunidade valdiviana, que teve que se organizar para fazer frente à contaminação, anunciou no último dia 11 de agosto, que reabrirá seu complexo produtivo.
O anúncio foi feito através de um comunicado de imprensa, logo após o acordo da diretoria da empresa de retomar as operações da planta, que esteve detida por dois meses, por não poder cumprir com os parâmetros exigidos pela Comissão Regional de Meio Ambiente (Corema), da Décima Região, na resolução de 6 de Junho de 2005.
Nesta resolução, a Corema modificou a autorização ambiental de 1998, introduzindo limitações a seus efluentes líquidos, que fizeram inviável sua operação, depois que a cidadania valdiviana, os empresários turísticos, produtores agrícolas, associações profissionais, agrupamentos científicos e as comunidades próximas pressionaram as autoridades do país para deter a contaminação a que estavam sendo expostos.
A Celco solicitou à Corema uma reconsideração dessa resolução, que foi acolhida em partes, e pediu, além disso, que fossem esclarecidas dúvidas sobre diversos aspectos técnicos.
Tentará se ajustar às novas exigências
Após alguns ajustes realizados por profissionais do complexo produtivo, a planta retomará a operação com uma produção limitada a 80%, e deverá fazer mudanças e novos investimentos para tentar se ajustar às novas exigências estabelecidas pela Corema da Décima Região, assinala a declaração.
Na versão entregue à imprensa, a Celco acrescentou que a diretoria resolveu também colocar em marcha o projeto para conduzir os efluentes da planta de San José de la Mariquina a um corpo de água receptor distinto do rio Cruces, que, segundo pediu o presidente Ricardo Lagos, deveria ser o mar. A diretoria pediu ainda desculpas à comunidade de Valdivia pelas moléstias e inquietudes que teve que enfrentar e solicitou que a confiança com a cidadania fosse reconstruída. (Eco Agência, 16/08)