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gás natural no RS
2005-08-16
Por Guilherme Kolling
A Sulgás realizou ontem (15/8) testes finais na primeira rede de gás natural que vai atender comércio e residências no bairro Moinhos de Vento. O engenheiro Luiz Antonio Monza Koller, gerente de Distribuição Urbana da Companhia, estima que o fornecimento comece em outubro.

A estatal já pediu licença de operação para a Secretaria de Meio Ambiente do Município. Além da autorização da Smam, a empreitada depende da contratação de uma empresa para fazer a ligação da rede com as residências – a licitação será lançada nas próximas semanas. Quatro edifícios já contrataram o serviço – três estão na rua Santo Inácio. O outro fica na Hilário Ribeiro, via não contemplada nesta primeira fase. Mas a Sulgás fez uma extensão de 25 metros para atender ao prédio, que é novo, e não vai precisar de adaptação, pois já foi construído pensando no uso de gás natural.

Outros cinco condomínios estão em tratativas finais para assinar contrato. A idéia da Sulgás é entrar no mercado aos poucos, como uma alternativa ao GLP (gás de cozinha). O retorno já está garantido por clientes âncora – o Hospital Moinhos de Vento, que já recebe gás natural, e os clubes Grêmio Náutico União e Associação Leopoldina Juvenil, que já assinaram contrato. A Companhia negocia ainda com o complexo Sheraton-Moinhos Shopping.

Em 2006, a idéia é ampliar a rede para uma grande área do bairro. O projeto ainda está sendo desenvolvido, e deve ser entregue para análise da Prefeitura ainda este ano. Um dos fatores que vai influenciar na adesão ou não ao gás natural é o preço. A Sulgás trabalha com outras companhias para que a Petrobras não aumente a tarifa. Hoje, a Companhia garante um valor 5% a 20% mais baixo que o GLP, dependendo do tamanho e da estrutura do prédio.

— Mas alguns edifícios concordam em pagar mais caro. A lenha, por exemplo, é bem mais barata. Mas as pessoas não querem mais ter que administrar o combustível-, afirma Koller. O engenheiro também descarta um eventual desabastecimento, em virtude da crise na Bolívia. Ele diz que a Petrobrás reorganizou o calendário de funcionamento da Bacia de Santos, que deve oferecer o combustível a partir de 2008.
Paralelamente, a estatal negocia com Peru um novo gasoduto, para abastecer também ao Chile e a Argentina. Num eventual corte da Bolívia, antes dessas alternativas estarem em funcionamento, haveria ainda um plano de contingência, interrompendo o abastecimento de grandes clientes que podem utilizar outros combustíveis, como carvão e energia elétrica, saída que não é possível nas residências.

— De qualquer forma, o cliente residencial é cativo, e terá o fornecimento garantido, sustenta o engenheiro.

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