Energias alternativas são opções para zona rural
2005-08-15
A instalação de usinas de energia renovável à base de casca de arroz, resíduos florestais e dejetos suínos são alternativas cada vez mais viáveis para inserção do produtor no mercado de créditos de carbono. Segundo a presidente da Comissão de Produtoras Rurais da Farsul, Zênia da Silveira, propriedades rurais e cooperativas podem diversificar sua renda com a comercialização de cotas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, conforme estabelece o Protocolo de Kyoto. Títulos emitidos por projetos que comprovem sustentabilidade no Mercado Brasileiro de Redução de Emissões, criado pelo Ministério do Desenvolvimento, são potenciais fontes de negócios com países industrializados.
Conforme Pablo Fernandez, gerente de Projetos da Ecosecurities, empresa especializada em crédito de carbonos, uma usina com capacidade instalada para gerar 80 mil megawatts-hora pode render até 200 mil dólares/ano. - O incremento na produção de energia a partir da casca do arroz, combustível renovável em potencial, pode levar a redução na emissão de gases poluentes. Para a coordenadora-geral do Núcleo Amigos da Terra, Lúcia Ortiz, resíduos de madeira e casca de arroz ofertariam até 5% da demanda da capacidade energética do RS, de 4 mil megawatts. - O que nos preocupa é o impacto ambiental com o uso dos créditos para produção de grandes monoculturas, como o eucalipto. Não seria um projeto para substituir a matriz energética para fontes renováveis de forma descentralizada.
Fernandez diz que biodigestores de dejetos suínos são fontes de maior potencial energético. - Meia tonelada emitida por 10 mil porcos de terminação poderia render 25 mil dólares/ano – afirma. O fato de o reflorestamento ser considerado seqüestro de carbono, sem determinar regras relativas a períodos de carência, preocupa à Farsul, que promoverá seminário sobre o tema. (CP,14/08)