Térmica sai do Ceará para Manaus
2005-08-15
A usina termelétrica da Breitener Energética S/A, que forneceu energia elétrica ao Ceará (Distrito Industrial de Maracanaú) durante 30 meses, está sendo transferida para Manaus. Numa operação que envolve recursos da ordem de R$ 150 milhões, sete toneladas de motores, transformadores, geradores e demais componentes estão sendo embarcados, em duas viagens, ainda este mês, pelo navio Germani. A primeira etapa do embarque deve ocorrer nesse final de semana.
Desde o final do ano passado, Elfio Rocha Mendes, diretor Administrativo da empresa já acenava com a possibilidade de mudança da térmica. Segundo Antonio Carlos de Matos, presidente da Breitener, — a usina tornou-se desnecessária, como fonte de energia emergencial.
— A térmica é inviável economicamente no Ceará; não há nenhuma possibilidade de comercialização nos próximos três anos, em função da disponibilidade de energia hidráulica existente atualmente -, ressaltou.
Matos disse que a empresa participou de uma licitação com mais 19 empresas e ganhou a concorrência para instalar duas usinas para produção de 60 megawatts cada uma, energia suficiente para atender uma cidade de 300 mil habitantes.
Ele justificou que Manaus mantém um sistema energético isolado, com pouca geração hídrica, sendo 80% da energia que abastece a cidade proveniente do petróleo ou gás. A termelétrica funciona à base da queima de óleo combustível, um sistema mais eficiente e menos oneroso.
— A usina é muito adequada para Manaus para fases emergenciais -, destacou.
O contrato fechado com a Manaus Energética S/A, subsidiária da Eletronorte e da Eletrobrás, tem vigência de 20 anos e vai funcionar com 100% de sua capacidade total de 162,3 megawatts.
A Breitener Energética investiu no Ceará, com a termelétrica, no período de 2001/2002, o equivalente a R$ 330 milhões. Antonio Carlos Matos afirmou que vai manter a atual infraestrutura montada em Fortaleza e se houver necessidade de contratações futuras, poderá voltar a investir no Estado.
— Se houver contratações flexíveis como está sendo pensado pelo Ministério das Minas e Energia poderemos fazer novos investimentos no Ceará -, reforçou. (Diário do Nordeste, 12/08)