Fiscais do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fizeram nesta sexta-feira, em uma loja de Campinas, interior do estado, uma apreensão de 116 cilindros de gases de uso controlado, que provocam danos à saúde humana e à camada de ozônio. Segundo os técnicos, foi a maior apreensão deste tipo no país, que totalizou 1.577 quilos de gases de vários tipos misturados. O dono da loja foi multado em R$ 25 mil.

De acordo com os fiscais, o dono do estabelecimento, Ciro Previato Pereira, não tinha a autorização necessária para o comércio dos gases. Segudo eles, os cilindros eram vendidos a lojas que trabalham com refrigeração.

Em alguns cilindros, testes feitos na hora pelo instituto revelaram que os gases eram diferentes do que o anunciado no rótulo. De acordo com o coordenador estadual de fiscalização, Luiz Antônio de Lima, em um dos cilindros, o rótulo registrada o gás 134 A, chamado gás ecológico, produzido para substituir o CFC (cloro-flúor-carbono) em aparelhos domésticos de refrigeração, mas no interior havia os gases R22 e R12, que fazem mal à saúde humana e às altas camadas da atmosfera.

Também foi encontrado o gás CFC 12, que deixou de ser produzido no Brasil em 1996, após o Protocolo de Montreal, e cuja importação é controlada pelo Ibama. Segundo o coordenador de fiscalização, o instituto vai investigar se os produtos chegaram ao Brasil por contrabando.

Outra irregularidade apontada pelos fiscais era a reutilização de embalagens, o que é proibido. De acordo com Lima, em alguns cilindros a pintura estava refeita, o que demonstra o reuso da embalagem.

Os fiscais utilizaram um aparelho chamado RTI, que identifica os tipos de gases na hora.

O dono da loja, Ciro Previato Pereira, não foi encontrado para falar sobre a apreensão. (O Globo Online, 12/08)