Iniciativa Amazônica reúne pesquisadores e autoridades para salvar terras degradadas
2005-08-12
Estudos mostram que Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela e Colômbia têm 70 milhões de hectares de terra degradados. Do total, 90% estão em solo brasileiro. Os países integram o Consório Iniciativa Amazônica, que busca reunir pesquisadores, projetos e iniciativas com a finalidade de salvar a floresta e a biodiversidade.
Representantes da Embrapa, de centros de pesquisa da Bolívia e do Peru, além de dirigentes governamentais e não-governamentais estão reunidos desde ontem para a criação de uma sub-regional do Consórcio Iniciativa Amazônica. O evento tem como principais objetivos discutir alternativas sustentáveis para o uso da terra na Amazônia e consolidar redes temáticas que articulam estratégias para prevenir, reduzir e recuperar áreas degradadas.
Hoje, só a Amazônia Legal Brasileira tem mais de 65 milhões de hectares desmatados e boa parte dessa área encontra-se abandonada ou em processo de degradação. Inúmeros benefícios chegariam aos pequenos produtores caso políticas públicas fossem direcionadas à adoção de sistemas produtivos que melhor integrassem aspectos sociais, ambientais e econômicos. Contudo, diversas barreiras político-institucionais limitam o emprego de sistemas sustentáveis.
É nesse contexto que insere-se o consórcio e a reunião, que encerra amanhã, está trabalhando questões ligadas ao manejo florestal madeireiro; manejo florestal não-madeireiro; sistemas agroflorestais, mercado e serviços; pastagens degradadas; agricultura familiar; e produção agrícola em larga escala. Segundo o chefe-geral da Embrapa, Marcus Oliveira, a meta do encontro é sair com uma rede fortalecida de parceiros para fazer com que as pesquisas, tecnologias e alternativas cheguem ao pequeno produtor. Os focos de atuação do Consórcio são as áreas degradadas, que em geral se forma com a derrubada da floresta para a formação de pasto, que acaba enfraquecendo com sucessivas queimadas, prejudicando a fauna, flora e até mesmo as populações tradicionais.
O Consórcio Iniciativa Amazônica é coordenado pela Embrapa, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, presente há 29 anos no Acre, e conta com a participação de alguns centros internacionais como o Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), o Centro Internacional de Pesquisa Florestal (Cifor), o International Center for Research in Agroforesty (Icraf), o International Plant Genetic Resources Institute (IPGRI) além de centros de pesquisa e extensão do Peru, Bolívia, Venezuela e Equador.
Nas últimas três décadas mais de 70 milhões de hectares da floresta amazônica foram desmatados, uma grande parte para o desenvolvimento não sustentável. O objetivo do Consórcio Iniciativa Amazônica é reunir instituições de destaque em pesquisa e desenvolvimento regional para contribuir com a prevenção, redução e recuperação de áreas degradadas. (Amazônia.org.br, 11/08)