Portos paraenses contarão com campanha ambiental
2005-08-12
A produção de uma cartilha e de um vídeo informativos sobre educação ambiental é uma das metas da equipe da Universidade do Estado do Pará (UEPA) que desde março iniciou uma parceria com a Companhia Docas do Pará (CDP) visando iniciar um processo de conscientização ambiental a funcionários e usuários do porto de Belém, administrado pela CDP.
O convênio foi celebrado com a UEPA, a Ufra e a Ufpa. Cada instituição ficou responsável por um porto administrado pela Companhia.
O primeiro passo desenvolvido pela equipe da UEPA foi fazer um levantamento sócio-econômico-ambiental no porto de Belém. Um questionário com perguntas relativas não só a formação dos funcionários, mas também ao nível de conscientização ambiental foi elaborado.
O trabalho inicial serviu também para que os pesquisadores conhecessem a complexa estrutura do porto, que abriga funcionários da CDP, funcionários terceirizados, autônomos e funcionários de outros órgãos, como o Ibama, por exemplo. O questionário incluiu 43 questões em entrevistas corpo a corpo feitas pelos estudantes.
— Após esse trabalho inicial fizemos o levantamento do perfil ambiental do porto. Acreditávamos que havia funcionários analfabetos, mas não encontramos ninguém com esse perfil, o que nos fez mudar um pouco a ação que pretendíamos desenvolver especificamente para essas pessoas – disse a coordenadora do projeto, Isabel Cruz.
O resultado do perfil inicial feito no porto mostra algo que já é comum em Belém. Todos se dizem preocupados com a questão ambiental, mas sempre jogam a responsabilidade para o outro. O compromisso próprio é pequeno.
Os entrevistados relataram que o aspecto físico é muito importante para o bem estar no trabalho. — O fato é que todos têm consciência do que não devem fazer, mas agem como se não dependesse de cada um. E isso é em todas as esferas. Nós vimos atitudes positivas de pessoas com pouca instrução e notamos atitudes negativas vindo de gente com alta instrução -, diz a coordenadora.
Entre os principais problemas apontados pelos próprios entrevistados estão a poluição sonora, a emissão de gases poluente e a própria poluição visual. A maioria dos entrevistados acha que é necessário um trabalho maior voltado à educação ambiental, com palestras, cartazes, filmes educativos e até um mutirão de limpeza.
O próximo passo a ser desenvolvido pela UEPA serão oficinas de educação ambiental. Depois vai ser elaborada uma cartilha informativa. A previsão é que a cartilha esteja pronta em setembro, quando virá um técnico do Ministério do Meio Ambiente. Na ocasião serão apresentados os dados dos resultados já obtidos até então.
— O primeiro alvo foram os trabalhadores do porto. Depois serão os passageiros. A intenção é entrarmos nas embarcações e fazer também um trabalho com a própria tripulação, mas o alvo preferencial serão as crianças, já que o adulto tem hábitos mais arraigados e difíceis de serem modificados - diz Isabel Cruz.
O vídeo deve ser produzido ao final do projeto, que tem a duração de um ano, sendo automaticamente prorrogável por mais um ano. Os professores que participam do projeto são Edina Fialho, que é a vice-coordenadora do projeto, e Rildo Farias e Betânia Barbosa. (Diário do Pará, 11/08)