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2005-08-12
Apontadas como importante alternativa ao desmatamento predatório de florestas nativas, as florestas plantadas, cultivadas há exatos 100 anos no Brasil, consolidam-se cada vez mais como um negócio rentável no país, inclusive com reflexos positivos para a balança comercial brasileira. E, como ainda há um déficit de oferta no mercado interno, novos produtores, sobretudo independentes, começam a elevar a aposta nesse mercado.

Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), o segmento movimentou, no total, US$ 17,5 bilhões em 2004, 3% mais que em 2003 (US$ 17 bilhões).

Só as exportações de seus subprodutos renderam US$ 5,8 bilhões e deixaram um superávit de US$ 5 bilhões, com aumentos de quase 30% em relação a 2004 nos dois casos. Para 2005, a entidade evita fazer previsões, principalmente em virtude da apreciação do real em relação ao dólar. Mas a expectativa é que o avanço continue, o que poderia elevar a ainda modesta fatia brasileira no comércio mundial. Segundo a FAO, braço das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, o Brasil responde atualmente por 3% das exportações globais.

Os embarques do Canadá, por exemplo, chegaram a US$ 24 bilhões em 2004, e a participação do país foi de 16%. Na relação entre áreas de reflorestamento e área total de florestas, o Brasil também ainda tem muito a avançar, mesmo levando-se em conta sua impressionante vegetação nativa. De um total de 500 milhões de hectares, apenas 5,5 milhões são plantados, principalmente em São Paulo, Minas, Bahia e Espírito Santo.

Carlos Aguiar, presidente da Abraf e diretor-presidente da Aracruz Celulose, afirma que a área plantada no Brasil cresce cerca de 500 mil hectares por ano, num ritmo insuficiente para acompanhar a demanda interna, que exige um crescimento anual de 700 mil hectares. Esse déficit gera problemas como aumento do preço da madeira e importações desde Uruguai e Argentina.

Mas, conforme Aguiar, no Brasil há potencial para que a área plantada seja duplicada e para que as exportações anuais alcancem entre US$ 13 bilhões e US$ 15 bilhões em dez anos.

— É preciso haver políticas governamentais que concedam financiamento com prazos mais longos. Tem havido alguns programas, mas há necessidade de incrementar valores – diz ele.

Em sua opinião, as leis ambientais atuais, ainda que necessárias, são burocráticas e restringem o crescimento do plantio. No mês passado, o Ministério do Meio Ambiente anunciou que foram liberados R$ 70 milhões para financiamento nas linhas de crédito do Programa de Plantio Comercial de Florestas (Propflora) e do Programa Nacional de Florestas (Pronaf Florestal).

Devido aos baixos limites, sobraram recursos nos cofres do governo. Atividade tende a inibir desflorestamento, mas ambientalistas pedem planejamento melhor e gestão mais adequada Segundo Aguiar, o cultivo de florestas exige pouca qualidade das terras, o que não deixa de ser um estímulo aos negócios. A Aracruz Celulose, por exemplo, já investiu US$ 500 milhões em suas plantações desde que foi fundada e hoje investe US$ 40 milhões por ano em manutenção. Ao todo, a empresa, que exporta 98% da produção, tem 255 mil hectares de florestas de eucalipto.

A Duratex, líder no setor de painéis de madeira no país, conta com 100 mil hectares de eucaliptos em São Paulo - entre florestas próprias e parcerias -, responsáveis por 90% do abastecimento de suas fábricas. A produção de madeira da empresa é estimada em 2,6 milhões de metros cúbicos por ano.

Segundo Antônio Joaquim de Oliveira, diretor Florestal da Duratex, o plantio de eucaliptos gera para a empresa uma economia de R$ 156 milhões por ano.

— O custo médio de floresta própria, com impostos, é de R$ 40 por metro cúbico. Se tivéssemos que comprar a preço de mercado pagaríamos R$ 100 por metro cúbico.

Oliveira afirma que a demanda extremamente aquecida estimulou a produção independente, principalmente no Sul e no Sudeste.

— Nessas regiões, o plantio de eucalipto é mais rentável que a pecuária de corte. A cana e a laranja remuneram melhor, mas também precisam de terras melhores.

Segundo ele, a falta de oferta no mercado doméstico tem provocado uma corrida de produtores independentes interessados em produzir para outras empresas.

No caso da Acesita, é a subsidiária Acesita Energética que responde pela manutenção dos mais de 200 mil hectares de reservas legais e florestas de eucaliptos do grupo. Mas, aqui, o destino da madeira é diferente. Todo ano são queimados 650 mil metros cúbicos de carvão nos altos-fornos da siderúrgica. Nesse ramo, a Acesita também produz mudas e investe no melhoramento genético de espécies.

Em 2005, o orçamento da companhia para pesquisa, plantio e manutenção de florestas chegou a R$ 38 milhões, e o valor deverá crescer em 2006, segundo Rubens Teodoro da Costa, diretor-presidente da Acesita Energética. Segundo José Antônio Franzoni, gerente Financeiro e de Suprimentos da Artefama - que produz pínus para móveis -, além de garantir a sustentabilidade da empresa, o plantio de árvores é relevante também para os compradores.

— Isso dá uma segurança ao cliente de que a empresa pode manter a produção mesmo em meio a um apagão florestal -, afirma Franzoni. A falta de oferta no mercado interno faz a empresa importar madeira da Argentina, a preços 15% mais baratos, segundo o gerente. (Valor Online, 11/08)

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