Aterro de Minas do Leão armazena resíduos de 21 cidades da região
2005-08-10
Minas do Leão, cidade de 7,5 mil habitantes distante 145 quilômetros de Novo Hamburgo, próxima de Rio Pardo, deixou de ser conhecida somente por suas minas de carvão. Foi justamente a indústria carbonífera, no entanto, que propiciou o desenvolvimento de outra atividade: o armazenamento de lixo. Em 2001, após sete anos de pesquisa, elaboração de projetos e liberação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a Sil Soluções Ambientais Ltda criou a Central de Resíduos do Recreio (CRR). Em uma cava de 25 hectares e profundidade de cerca de 60 metros — deixada após a extração de carvão feita por uma indústria carbonífera centenária na região —, a empresa preparou um aterro sanitário capaz de armazenar rejeitos de várias cidades por 14 anos, vida útil da estrutura.
Atualmente, 104 municípios do Estado — o equivalente a 30% da população do Rio Grande do Sul — encaminham seu lixo à central de resíduos de Minas do Leão. Só da região, incluindo Novo Hamburgo que, recentemente, fechou um contrato de encaminhamento de seus rejeitos por cinco meses ao custo de R$ 800 mil, são 21 cidades. Para receber os veículos repletos de dejetos, a cava explorada atualmente (já há projeto para o uso de uma nova cava, após o esgotamento da atual) recebeu um preparo especial para evitar riscos ao meio ambiente. - Ao longo de toda a estrutura, colocamos uma camada de argila, outra de areia, mais uma de argila e sobre essa camada um isolante, novamente coberto por argila -, descreve o gerente operacional da Sil, engenheiro Adriano Locatelli da Rosa. Antes disso, no entanto, a implantação do serviço necessitou de uma pesquisa.- Constatamos que não havia lençol freático próximo e solo impermeável, devido à própria atividade carbonífera -, aponta.
Além do preparo da cava, foram criadas cinco lagoas para o tratamento dos efluentes (chorume), drenados para o local através de uma tubulação. O espaço ainda contém tubos por onde passam os gases resultantes do acúmulo de lixo. Diariamente, são 140 metros cúbicos de rejeitos, ou 1,2 mil toneladas ao dia, o equivalente a cerca de 70 viagens de veículos ao dia. (NH, 09/08)