Americano promove plano de conservação ambiental no Chile
2005-08-10
Douglas Tompkins saiu de Nova Iorque para a Patagônica chilena quando ainda era adoslescente. Hoje com 40 anos, ele está muito mais rico, talvez seja um dos maiores donos de terras individuais. Suas propriedades estão nos domínios de montanhas cobertas de neves e áreas costeiras, maiores que o Estado norte-americano de Rhode Island. Ele tem extração vegetal, investe em energia e em agricultura em suas terras, tendo-as transformado em santuários, abertos ao público, mas com limites muito estreitos para o uso. Inclusiev afirmou, repetidamente, que pretende doar suas propriedades para o povo chileno.
Numa sociedade tão insular, há até quem especule que a presença de Tompkins tenha florescido como musgo. Alguns sugerem que ele quer transformar a Patagônia em um depósito de lixo nuclear, outros especulam que ele quer controlar o suprimento de água, e alguns ainda dizem que ele quer transformar a área em um novo Estado judeu.
Ao longo dos anos, Antonio Horvath, um senador conservador que representa a área sulina daquela região chilena, vem sendo o maior crítico de Tompkins, sugerindo que ele é apenas um aventureiro extravagante na Patagônia. –Se tivéssemos ido para os Estados Unidos e tivéssemos comprado uma grande área de preservação ambiental na Flórida, e dito às pessoas que elas não poderiam pisar lá, penso que os Estados Unidos iriam nos expulsar de lá, disse Horvath. –Toda nação quer algum grau de proteção do seu território, o Chile não é diferente, complementa.
A reserva onde Tompkins vive na maior parte do ano é conhecida como Pumalín Park em homenagem aos pumas que percorrem as florestas virgens locais, que ocupam 1.153 milhas quadradas. Sua esposa, Kristine McDivitt, uma ex-executiva da área de varejo, tem mais de 2 mil milhas quadradas de área que pode ser destinada à exploração imobiliária no sul do Chile, além de fundações sob seu controle.
O Parque Pumalín Park corta o Chile, correndo do Golfo Corcovado ate a montanha Andean, na fronteira com a Argentina. Tompkins e sua mulher adquiriram 1.129 milhas quadradas de terras na Argentina, principalmente na Patagônia. Ele estabeleceu uma Fundação para a Ecologia Profunda em 1990.
Ecologistas chilenos concordam com seus objetivos, mas nem sempre com seus métodos, os quais têm uma grande influência política. No final dos anos 90, Tompkins esforçou-se para juntar as seções norte e sul do Parque Pumalín comprando 125 milhas quadradas que separavam ambas as partes, mas a tentativa foi bloqueada pelo Partido Democrata Cristão no poder. A parte em questão acabou sendo comprada por uma universidade católica, que tdepois a vendeu para uma empresa de energia espanhola.
Recentemente, Tompkins liberou uma nota afirmando que não vai mais comprar terras. Para Carlos Weber, diretor da Corporação Florestal Nacional do Chile, as iniciativas de Tompkins são válidas, consistindo numa oportunidade de desenvolvimento sustentável para a região. (NY Times, 8/8)