Confirmado: baleias se reproduzem no litoral capixaba
2005-08-09
A morte de uma baleia recém-nascida no litoral de Guarapari, e a observação de grupos de cinco a seis indivíduos - ocorrência comum na época do acasalamento -, no litoral de Santa Cruz, confirmaram a tese de que o litoral capixaba é usado para reprodução das baleias. Antes, se supunha que a reprodução ocorresse apenas no sul da Bahia.
A tese foi confirmada por seu autor, o especialista Lupércio Araújo, presidente do Instituto Organização Consciência Ambiental (Orca). Ele informou nesta segunda-feira (8) que o filho de baleia encontrado na praia da Morro, no último sábado, às 18h, tinha no máximo quatro dias de nascido (ainda tinha restos do cordão umbilical).
O filhote era da espécie jubarte, macho, tinha 3,640 metros de comprimento, e pesava entre 800 e 900 quilos. Lupércio Araújo informou que o filhote chegou à praia e foi empurrado para o mar. Estava muito debilitado, mas voltou à praia, onde morreu. Não apresentava lesão nem interna, nem externa. Tampouco tinha marca de rede ou de atropelamento. Pode ter morrido de causas naturais.
Sua mãe teria sido vista por populares nas proximidades. Mas não pôde ser observada pelo pesquisador capixaba. Ele pede informações caso seja observada alguma baleia no litoral sul. Lupércio Araújo destacou o fato de o nascimento ocorrer no litoral sul, bem como o acasalamento das baleias, pois antes se imaginava que tal ocorrência fosse exclusiva do litoral norte.
O pesquisador explicou que a observação de um grupo de cinco a seis baleias juntas em Santa Cruz é típico do período de acasalamento. Como na maioria das espécies, os machos disputam a fêmea.
Lupércio Araújo destacou a ação da Polícia Ambiental e da prefeitura de Guarapari em relação ao filhote morto. Disponibilizaram não só pessoal, que agiu corretamente, como materiais, inclusive trator. Contatos sobre baleias, golfinhos e outros animais, como o leão marinho e focas, estes dois últimos raros no Espírito Santo, podem ser feitos pelos telefones 3336.4515, da Polícia Ambiental (plantão de 24h), 3324.1811, do Ibama, e 3329.4208, do Instituto Orca, todos DDD 27. (Século Diário, 8/8)