Sete toneladas de peixes mortos retiradas da barragem de Santa Clara, em Portugal
2005-08-09
Um total de sete toneladas de peixes mortos foi retirado da barragem de Santa Clara, em Odemira, Portugal, numa operação que as autoridades deram já como concluída. Na origem da morte dos animais estará o aumento da temperatura e o reduzido oxigênio existente na água.
O presidente da Câmara de Odemira, Antônio Camilo, assegurou hoje que a barragem já está limpa, e a situação controlada, dado que não voltou a aparecer mais peixe morto.
Ele falou à agência Lusa de notícias depois de uma reunião realizada nesta tarde, destinada a fazer o balanço final da operação de retirada dos peixes mortos, dada por encerrada na última sexta-feira. Ainda assim, segundo Antônio Camilo, uma equipe da Associação de Beneficiários do Mira, entidade que explora a barragem, vai continuar a vigiar a barragem durante esta semana.
As primeiras carpas mortas começaram a aparecer nas margens de Santa Clara em 27 de julho, aparentemente devido ao aumento da temperatura e à conseqüente redução do índice de oxigênio na água. –A dimensão dos peixes mortos, por se tratar de carpas com uma média de cinco quilos, e as zonas onde começaram a aparecer, nas margens mais baixas da barragem, indicam que se tratou de um problema de oxigenação, devido ao aquecimento da água, explicou o líder.
Antônio Camilo assinalou que as carpas são uma espécie de peixe que procura alimento à superfície e junto das margens, tornando-se vulnerável ao aumento da temperatura da água. Por outro lado, o fato de outras espécies não terem sido afetadas, como é o caso do achigã, que vive e alimenta-se nas profundezas, reforça as causas da mortandade inicialmente apontadas.
A operação de extração da massa de peixes começou no dia seguinte ao aparecimento dos primeiros exemplares mortos e durou sete dias, totalizando sete toneladas recolhidas. No local estiveram várias equipes, num total de 15 funcionários da Associação de Beneficiários do Mira, da Circunscrição Florestal do Sul e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, equipadas com seis barcos.
As toneladas de peixes mortos foram enterradas em várias valas abertas para o efeito, em zonas longe da influência da barragem, nos conselhos de Odemira e de Ourique.
De acordo com o presidente, o histórico de análises na água da barragem confirma que a morte dos peixes não se deveu a qualquer fonte de poluição. –Está garantida, por isso, a qualidade da água de Santa Clara para o abastecimento público às zonas de Castro Verde, Odemira, Santana da Serra e de algumas povoações do litoral alentejano, realçou. (Ecosfera, 8/8)