Mananciais gaúchos em degradação
2005-08-08
Esgotos sem tratamento e disposição inadequada de resíduos sólidos degradam os mananciais gaúchos. A informação é da integrante do Conselho Estadual do Meio Ambiente e professora da Universidade Federal de Santa Maria, Marta Tocchetto. Ela defende que as ações de saneamento devem contemplar a prevenção e o controle de doenças e lamenta que o controle da qualidade da água para consumo humano seja deficitário no país. - O esgoto lançado a céu aberto compromete o solo e as águas subterrâneas e superficiais -, ressalta.
A malha hídrica, formada por 1,2 mil quilômetros de arroios, córregos e canais que desembocam no rio do Sinos, já está sendo monitorada. A operação, denominada de Projeto Monalisa, será concluída em 2006, segundo a secretária-executiva do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do rio do Sinos, Viviane Nabinger. O levantamento, orçado em R$ 560 mil e custeado pela Unisinos e pelo Fundo Estadual de Investimentos em Recursos Hídricos, quer identificar quem retira e devolve água no Sinos e os principais impactos disso.
As avaliações já foram feitas em uma área de 700 quilômetros e foi constatada a inexistência de mata ciliar nos mananciais. O projeto envolve 22, dos 32 municípios da região, que possuem maior número de arroios e córregos. De acordo com o secretário do Meio Ambiente de São Leopoldo, Darci Zanini, a cidade tem 52 quilômetros de córregos e arroios e o tratamento de esgoto atinge 22% do total. A prefeitura reivindicou R$ 4 milhões ao Ministério das Cidades para ampliar o sistema de esgoto em 50% até 2008. O vice-presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Gravataí, Sérgio Cardoso, revela que o nível do rio, de 35 quilômetros, não voltou ao normal desde a estiagem do verão. (CP, 07/08)