Nova estiagem ronda o Rio Grande
2005-08-08
A ameaça de nova estiagem no Rio Grande do Sul já começa a deixar em alerta as autoridades. Em sete, dos últimos 10 anos, os efeitos da seca trouxeram prejuízos ao Estado. Em algumas regiões houve racionamento de água e impactos negativos aos municípios. O diretor-presidente da Fepam, Claudio Dilda, acompanha as previsões meteorológicas e admite que a malha hídrica do RS enfrenta problemas de qualidade. - A maioria dos rios e arroios está contaminada por coliformes fecais e descartes agropecuários -, revela.
Dilda salienta que menos de 20% do esgoto cloacal produzido recebe tratamento adequado. Técnicos da Fepam e prefeituras estão implantando formas de controle de fontes poluidoras. - Inicialmente, as ações se concentram no entorno dos rios dos Sinos e Gravataí -, afirma ele, acrescentando que nenhum manancial em áreas urbanas está livre de contaminação. O diretor-geral da Secretaria do Meio Ambiente, Lindemar Franzon, diz que a execução do módulo II do Pró-Guaíba permitirá recuperar e gerenciar a maior região hidrográfica do RS, composta pelos rios Vacacaí/Mirim, Pardo, Guaíba, Alto Jacuí, Baixo Jacuí, Taquari/Antas, Caí, Sinos e Gravataí. - A prioridade é apoiar os comitês de bacias na elaboração de seus planos de trabalho e no controle e fiscalização ambiental -, explica Franzon. O prefeito José Fogaça ressalta que não desistiu da implantação do Programa Integrado Socioambiental, que necessita de aporte financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A instituição, porém, anunciou a suspensão de empréstimos à prefeitura em função de atrasos e não-pagamentos de amortizações por parte da administração passada.
Fogaça lembra que o Pró-Guaíba já viabilizou o tratamento de 27% do esgoto sanitário e a implantação da Unidade de Triagem e Compostagem, na Lomba do Pinheiro. Conforme o prefeito, o Socioambiental envolve medidas de saneamento, drenagem e gestão ambiental. A meta é elevar para mais de 75% o nível de tratamento de esgoto. - A medida poderá devolver a balneabilidade ao Guaíba em cerca de 10 anos -, projeta. A iniciativa ainda contempla recuperação de arroios e o reassentamento de famílias que vivem em áreas de risco. Fogaça diz que a intenção é integrar o projeto ao módulo II do Pró-Guaíba. (CP, 07/08)