Polícia Federal investiga corrupção de fiscais do Ibama no Paraná
2005-08-08
A proveitosa limpeza iniciada no Ibama a partir da Operação Curupira,
deflagrada no Norte do país, acaba de estender seus tentáculos ao órgão no
Paraná. Na quinta-feira passada, pouco antes das 18h, uma fiscal foi presa
em flagrante por equipes da Polícia Federal, em Curitiba, acusada de
corrupção passiva.
Na mesma operação, foi preso também o contador da empresa Borabora Madeiras,
por corrupção ativa, logo após entregar à fiscal, defronte à sede do Ibama,
um envelope contendo R$ 10 mil. A transação foi totalmente filmada pela
Polícia Federal, que está mantendo em sigilo os nomes dos dois acusados, até
a tarde da sexta-feira 05 detidos na sede da PF em Curitiba.
Segundo informações da Polícia Federal, além do dinheiro, foi encontrada em
poder dos acusados uma notificação do Ibama à empresa Borabora Madeiras
Ltda., entre outros documentos. De acordo com o gerente executivo do
Instituto no Paraná, Marino Gonçalves, a acusação aponta que a empresa
estaria pagando R$ 10 mil à fiscal para se livrar de uma multa de R$ 50 mil.
O Ibama/PR colaborou com as investigações desde que recebeu essa solicitação
da PF, cuja cúpula argumentou ter indícios de prática de corrupção por parte
de fiscais do órgão. — Demos apoio incondicional e, infelizmente, o que era
apenas uma suspeita se confirmou-, diz Marino Gonçalves, lamentando que atos
dessa natureza se reflitam em prejuízos à imagem do Ibama indistintamente.
Internamente, a servidora terá, segundo ele, todas as garantias
constitucionais para se defender. Vai ser aberto um processo administrativo
disciplinar e, se confirmado o recebimento de propina, a fiscal caminha para
a exoneração. O presidente do Ibama, Marcus Barros, foi imediatamente
informado do ocorrido e Marino determinou a instituição de uma comissão de
sindicância, responsável por, em paralelo, checar dados e fazer novas
averiguações. — O Ibama é uma instituição respeitada e deve permanecer
assim-, prega o gerente executivo.
A Polícia Federal também vai prosseguir com suas investigações, não só
visando os fiscais sob suspeita de corrupção, mas voltando-se, também, às
empresas que possam ter participado do esquema, pagando propina por algum
tipo de favorecimento. (AmbienteBrasil, 06/08/2005)