Operação Curupira gera processo gigante
2005-08-08
A Operação Curupira marca história em Mato Grosso. Por conta dela a Justiça Federal terá que movimentar pela primeira vez um super processo, cujo volume já chega as 60 mil páginas, distribuídas em 60 volumes, com 191 acusados. O amontoado fabuloso de informações obrigou o órgão a dividir o procedimento em dois: um de réus presos e um original. Mas, o juiz titular da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, já adianta que fará tantas divisões quantas forem necessárias para conseguir movimentá-lo.
— Pela primeira vez na história temos um processo tão volumoso e um número de réus como esse. É muito serviço e ainda não sei direito como faremos. Eu voltei de férias esta semana e estou lendo.
Quanto a possibilidade da demanda prejudicar os outros procedimentos, o juiz lembra que eles terão o andamento normal.
— Ainda não cheguei na denúncia da operação Curupira e como a prioridade são aqueles que têm réu preso, os outros terão a movimentação habitual.
A primeira testemunha de acusação do processo desmembrado - onde 12 são acusados de formação de quadrilha - é o procurador Elielson Ayres de Souza, que atuou como investigador dos crimes e interventor do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Souza afirma que fez o mesmo trabalho nos Ibamas de Rondônia, Pará e Tocantins e que de todos eles, o que teve o maior número de presos e de órgãos de repressão envolvidos foi o de Mato Grosso.
— Até para quem vai prestar depoimento vai ser uma dificuldade. Um monte de advogados, de réus e de gente querendo falar -, supôs.
Souza ainda não tinha recebido a intimação até o início da tarde de sexta-feira (05/08), mas disse que entraria em contato com o juiz para se colocar a disposição. O depoimento está marcado para a terça-feira (09/08) às 15h, na Justiça Federal.
No dia 18 depõe o delegado que presidiu as investigações, Tardelli Boaventura. Outras sete pessoas também serão ouvidas nesse período. (Gazeta de Cuiabá, 06/08)