Projeto Energia e Mudanças Climáticas é implantado em SC e RS
2005-08-08
O projeto Energia e Mudanças Climáticas vem desenvolvendo uma série de atividades em níveis local, nacional e internacional, focadas no acompanhamento e discussão de políticas e projetos de geração e distribuição de energia, considerando seus impactos sócio-ambientais e alternativas sustentáveis.
Os cursos, palestras e oficinas do projeto Energia e Mudanças Climáticas, do Núcleo Amigos da Terra Brasil, são realizados em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Na coordenação atua a geóloga Lúcia Schild Ortiz. Implantado em fevereiro deste ano, o projeto tem o objetivo central de desenvolver a pesquisa sobre mudanças climáticas, bem como disseminar as informações sobre o tema. No Brasil, por exemplo, são cerca de 20 milhões de pessoas ainda sem acesso à energia elétrica.
Segundo Carolina Herrmann, Assessora Técnica do Projeto Mudanças Climáticas - Núcleo Amigos da Terra/Brasil, o projeto já está desenvolvendo uma oficina montada sobre Adaptação às Mudanças Climáticas.
— A oficina será realizada entre os meses de agosto e outubro em cidades do sul de Santa Catarina e na de Torres, no Rio Grande do Sul, localidades atingidas pelo Furacão Catarina. Além disso, a oficina é destinada a educadores das escolas da região para que sejam os disseminadores com as crianças nas escolas e na comunidade.
— O Projeto Mudanças Climáticas teve início em fevereiro de 2005 e, deste então, as ações acontecem na região de Porto Alegre/RS e arredores; estendendo-se até o Araranguá, em Santa Catarina. Nosso foco é divulgar a questão das mudanças climáticas e o problema do carvão mineral onde buscamos fazer uma conexão sobre a chamada mudanças globais para as nossas realidades locais -, ressalta a assessora.
Carolina Herrmann diz os benefícios do projeto serem sentidos no reconhecimento das pessoas como afetadas pelas mudanças climáticas e, principalmente, a busca de alternativas de enfrentamento. No que tange a organização e atuação dos eventos, segundo Carolina Herrmann, não há barreiras.
— Recebemos o apoio da ong Sócios da Natureza de Santa Catarina e tivemos grande receptividade da comunidade. Nossas barreiras são, efetivamente, as usinas termelétricas a carvão, maiores emissores dos gases de efeito estufa por unidade de energia gerada.
As grandes centrais hidrelétricas, por exemplo, já causaram o deslocamento forçado de mais de um milhão de pessoas somente no Brasil. Por outro lado a produção mundial de energia e os sistemas de transportes baseados no uso dos combustíveis fósseis, como o petróleo o gás e o carvão, constituem as maiores fontes de aumento antrópicos das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, e que já ameaça o equilíbrio ecológico do planeta.
Um terço da população mundial vive, hoje, sem acesso à energia, um serviço essencial para o desenvolvimento da humanidade e para uma vida com dignidade. No Brasil, são cerca de 20 milhões de pessoas ainda sem acesso à energia elétrica. (Diário do Pará, 07/08)