BIOTECNOLOGIA É APONTADA COMO SAÍDA PARA PERDAS NA AGRICULTURA
2001-09-11
A Europa também proíbe o uso de organismos geneticamente modificados em alimentos para animais. Apesar de representar apenas em torno de 10% do Produto Interno Bruto da União Européia - na Alemanha significa apenas 5% do PIB total da economia -, a agricultura vem ganhando cada vez mais espaço como forma de preservação ambiental. Um levantamento realizado pela agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) mostra que, considerando-se as oito principais culturas produzidas no mundo, entre 1988 e 1990, eram perdidos 42,1% da produção (equivalente a US$ 579 bilhões) devido a problemas de proteção ambiental relativos à colheita. Dessas perdas, 13,3% eram devidas à doenças nas plantas, 15,6% a pestes em animais e 13,2% a ervas daninhas. Atualmente, de acordo com a FAO, é possivel prevenir perdas que significam 27,6% da colheita. Nesse percentual estão incluídas doenças em plantas (4,2%), pestes em animais (7,1%) e ervas daninhas (16,4%). O uso de técnicas biológicas, como o emprego de insetos que combatem pragas na lavoura, é cada vez mais aceito como forma natural de prevenção de danos à lavouras. De acordo com o pesquisador Ludwig Püslchen, o custo para o controle de pragas nas lavouras custa cerca de 39 marcos por hectare. Mas nem todos os métodos empregados para evitar pragas são naturais ou ecologicamente amigáveis na Europa. Em muitos lugares ainda persiste o uso de certos pesticidas. A maioria das fazendas alemãs têm uma produtividade oscilante entre 40 e 99 quilos por hectare e o tamanho médio varia de 45 a 150 hectares. Pülschen, cuja fazenda está nessa média de tamanho, planta cereais e cria porcos no Norte da Alemanha, quase na fronteira com a Dinamarca, perto do Mar do Norte. Ele informa que existem em torno de 400 mil fazendeiros na Alemanha, mas 30% a 40% atuam apenas em tempo parcial nesse negócio - como ele, que, além de fazendeiro, é professor universitário e agrônomo.